Por que jogadores de futebol "bebem" e cospem o líquido?

Em meio a esse período da Copa do Mundo, uma dúvida tem deixado o público intrigado: por que os jogadores de futebol bochecham e cospem um líquido? Diversos estudos já levantaram os benefícios dessa prática, que envolve enxaguar a boca com uma solução de carboidratos. A técnica consiste, basicamente, em "enganar o cérebro".

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Por mais de dez anos, pesquisas voltadas a esportes de resistência, como ciclismo e corrida, mostraram que os atletas podem obter um aumento de desempenho durante sessões intensas de exercícios quando enxáguam a boca com essa solução de carboidratos e a cospem, sem engolir.

A comunidade científica aponta que os receptores na boca enviam sinais para os centros de prazer e recompensa do cérebro. Isso leva o cérebro a acreditar que existe mais energia vindo, então os músculos podem forçar um pouco mais e o cansaço diminui. A técnica também é utilizada para evitar a sensação de peso no estômago e tentar prevenir cãibras.

Os cientistas dizem que o enxágue com carboidratos pode melhorar o desempenho quando os fluidos são passados ​​pela boca por cinco a dez segundos. No entanto, quanto mais tempo melhor, pois mais receptores orais entram em contato com os carboidratos.

Os estudos da área indicam que o enxágue com carboidratos é ideal para exercícios intensos com duração entre 30 minutos e uma hora. Por enquanto, a clareza está nos benefícios para a resistência física que envolve a corrida, mas ainda não ficou muito claro se beber soluções de carboidratos melhora habilidades específicas do futebol, como driblar, chutar, etc. Essa é uma interação que ainda divide teorias.

Anteriormente, pesquisadores da Michigan State University mediram a atividade cerebral para tentar determinar quanto tempo dura um potencial aumento de desempenho promovido por essa técnica. O grupo descobriu que esse aumento de desempenho dura cerca de 15 minutos, neutralizando a fadiga e aumentando a atenção para uma tarefa. Sabemos por que jogadores de futebol bochecham o líquido, mas a real eficácia da prática ainda está nas mãos de futuras pesquisas.

Fonte: The New York Times