Poluição pode causar demência, segundo relatório
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
Um relatório publicado pelo governo do Reino Unido apontou que a poluição do ar pode causar demência, principalmente no público idoso. As evidências científicas sugerem uma associação entre a exposição a poluentes e uma aceleração do declínio da função cognitiva.
- Exposição à poluição é a causa de 10% dos casos de câncer na Europa
- Poluição pode tornar as pessoas bipolares, depressivas ou esquizofrênicas
O material surge a partir da revisão de quase 70 estudos responsáveis por associar a poluição ao envelhecimento e ao risco de demência. Os poluentes, conforme afirma o comitê de cientistas, têm sido amplamente ligados apenas aos impactos na saúde física dos pulmões, coração e outros órgãos.
Por enquanto, a ciência não possui um número exato de quantos idosos tiveram um declínio mental ligado à poluição do ar, em grande parte devido à escassez de estudos investigativos capazes de fornecer evidências causais. No entanto, um estudo britânico de 2018 estimou que de 209.600 novos casos de demência no Reino Unido a cada ano, 60 mil poderiam ser devido à má qualidade do ar.
Como a poluição acelera o declínio mental
De acordo com o relatório, existem três mecanismos principais de como a poluição do ar pode acelerar o declínio mental:
- Dano causado aos vasos sanguíneos por partículas minúsculas, que podem afetar o suprimento de sangue para o cérebro
- Sistema imunológico do cérebro sendo ativado pela exposição à poluição
- Impacto de artículas muito menores diretamente no cérebro através da passagem nasal
A comunidade científica afirma que as descobertas do comitê não são exatamente surpreendentes, mas reforçam o entendimento de que os impactos da poluição do ar na saúde são muito mais amplos e provavelmente afetam mais profundamente a saúde pública além dos efeitos imediatos tradicionalmente conhecidos.
Fonte: Gov.UK via New Scientist