Pipoca de micro-ondas pode causar Alzheimer; entenda
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
O consumo excessivo de pipoca de micro-ondas pode causar alzheimer, segundo um estudo conduzido pela Universidade de São Paulo (USP). Os cientistas identificaram moléculas associadas à doença no cérebro de ratos que se foram alimentados com o diacetil, um composto orgânico responsável por proporcionar o aroma e o sabor da pipoca de micro-ondas.
- Dormir mal pode contribuir para o surgimento do Alzheimer
- Comprometimento cognitivo leve: relatório aponta sinais do alzheimer precoce
Os pesquisadores apontam que o diacetil tem uma tendência a causar danos ao cérebro: de 48 proteínas cerebrais avaliadas após a exposição dos animais ao produto, 46 sofreram algum tipo de desregulação ou modificação em sua estrutura por conta do consumo prolongado do composto.
"Durante as análises, identificamos o aumento da concentração de proteínas beta-amiloides, que normalmente são encontradas em pacientes com Alzheimer. Além disso, outras alterações proteicas verificadas no cérebro dos ratos também podem estar relacionadas ao surgimento de demência e câncer”, apontam os autores da pesquisa.
Para conduzir a análise, os cientistas contaram com espectrômetro de massas (capaz de fazer uma leitura e gerar mapas de calor dos órgãos, formando uma impressão digital dos cérebros) e com um cromatógrafo, que determina se essas proteínas sofreram alterações. Ao todo, 12 roedores participaram do estudo, divididos em dois grupos: o primeiro exposto ao diacetil, e o segundo não.
Além da pipoca de micro-ondas, o diacetil pode ser encontrado na composição de cafés, cervejas, chocolates, leites e iogurtes. Pesquisas anteriores sugerem problemas pulmonares associados à exposição ao composto orgânico, como a bronquite.
A ideia dos pesquisadores, agora, é aumentar o número de animais analisados. Além de motivar cuidados com a alimentação, um dos focos do trabalho em questão é alertar os funcionários de fábricas de pipoca de micro-ondas para o risco de alzheimer, uma vez que eles possuem ainda mais contato com o diacetil do que os consumidores.
Fonte: USP