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Pfizer começa a testar delivery de vacinas contra COVID-19 nos EUA

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Karolina Grabowska/Pexels
Karolina Grabowska/Pexels

Em parceria com a empresa alemã BioNTech, a farmacêutica Pfizer, que anunciou recentemente eficácia de 90% em sua candidata a vacina, começa a testar um serviço de entregas especial para sua o imunizante Estados Unidos. Por depender de temperaturas muito baixas, essa logística será desafiadora — e fundamental — para a distribuição do imunizante, quando aprovado, principalmente em regiões tropicais do globo.  

Por enquanto, a farmacêutica deve testar o serviço de delivery em quatro estados nos EUA e, para essa etapa, foram selecionados: Rhode Island; Texas; Novo México; e Tennessee. A seleção foi feita a partir de critérios que envolvem questões como diversidade de populações e infraestrutura de imunização, além de desafios em alcançar indivíduos tanto em áreas urbanas quanto rurais.

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“Os quatro estados incluídos neste programa piloto não receberão doses de vacina antes de outros estados em virtude deste piloto, nem receberão qualquer consideração diferencial”, esclarece a Pfizer, em um comunicado. “Temos esperança de que os resultados deste piloto de aplicação da vacina servirão de modelo para outros estados dos EUA e governos internacionais, enquanto se preparam para implementar programas eficazes de vacinas contra a COVID-19”, completa a farmacêutica. Inclusive, a empresa confirma negociações com o Brasil.

Por que testar um serviço de delivery de vacinas?

Os testes para a entrega de vacinas contra a COVID-19 são fundamentais para o imunizante da Pfizer, porque ele precisa ser armazenado em uma temperatura de -70 °C para se manter estável. Em termos comparativos, essa temperatura de armazenamento é similar à do Polo Sul em um dia de inverno — e nenhuma das outras candidatas têm essa especificidade tão gelada.

Por causa disso, alguns especialistas nos EUA levantam preocupações sobre os desafios de distribuição associados à vacina da Pfizer. Nesse sentido, os testes de delivery serão uma prova prática dessa capacidade. Essas temperaturas tão baixas também podem representar um desafio extra para o transporte em países tropicais como o Brasil.

De acordo com o presidente da Pfizer Brasil, Carlos Murillo, a farmacêutica também trabalha em uma alternativa para a questão dos transportes. A ideia é o uso de uma embalagem especial, com gelo seco, que será capaz de manter o imunizante na temperatura necessária por até 15 dias, de forma autônoma a freezers. Após o descongelamento, a vacina ainda se manterá estável por mais cinco dias em refrigeradores comuns. No total, do momento em que o produto chega ao país até ser aplicado, seriam 20 dias.

Além da Pfizer, uma outra vacina contra a COVID-19 também norte-americana começa a se preparar para a eventual distribuição, a da farmacêutica Moderna. A vantagem deste outro imunizante é que pode ser armazenado em temperaturas mais viáveis para o transporte, já que precisa se manter em uma temperatura de -20 °C, em um freezer comum.

No entanto, antes de qualquer vacinação contra a COVID-19, vale lembrar que o imunizante ainda precisará obter uma licença de uso com as agências sanitárias de cada país. Nesse sentido, a farmacêutica norte-americana espera obter com a Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos, uma autorização emergencial de uso neste ano, já que planeja produzir e distribuir cerca de 50 milhões de doses até o final de 2020.

Fonte: The Guardian