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Peste Bubônica | A história da também chamada Peste Negra

Por| Editado por Luciana Zaramela | 25 de Novembro de 2021 às 18h50

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Twenty20photos/Envato Elements
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Você já deve ter ouvido falar da peste bubônica, ou peste negra, como é popularmente conhecida, doença, provocada pela bactéria Yersinia pestis que acometeu principalmente a Europa no século 14 e causou mais de 50 milhões de mortes no continente, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A origem da infecção, segundo historiadores, ocorreu na Ásia e foi transmitida pelas cidades portuárias — locais de atividades comerciais em diversas regiões.

Engana-se quem pensa que esse é o problema do passado. Segundo a OMS, de 2010 a 2015, houve 3.248 casos notificados em todo o mundo, incluindo 584 mortes. Felizmente, hoje em dia a inflamação é facilmente tratada com antibióticos e com medidas de precauções para prevenir o contágio.

Histórico da peste bubônica

A peste negra foi a mais avassaladora das pandemias da história. Acometeu não apenas toda a região da Europa, como também África e Ásia, levando a óbito cerca de 75 milhões de pessoas.

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A doença, segundo historiadores, pode ter começado na Ásia, tendo passado de um continente para outro ao viajar em pulgas de ratos que viviam nos navios mercantes do século 14. Eram as pulgas os hospedeiros intermediários de bactérias, transmitidas aos humanos pela picada desses insetos.

Aliás, as fezes de ratos também eram altamente contaminantes, uma vez que bastava o contato delas com a pele para que a peste negra se infectasse uma pessoa. Àquela época, eram os portos os principais locais de contágio, principalmente porque muitos deles eram grandes centros urbanos, com muita gente circulando.

Duas formas da doença

Ao todo, existem duas formas clínicas principais de infecção por peste: a bubônica, raramente disseminada de humano para humano, que atinge o sistema linfático do corpo (que produz células de defesa); e a pneumônica, sendo a forma mais grave da doença, que acomete o sistema respiratório.

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Transmissão e letalidade

A doença, considerada grave pela OMS, tem letalidade de 30% a 60% dos casos para o tipo bubônico, e sempre fatal para o tipo pneumônico, quando não tratada. A princípio, os principais agentes transmissores eram os ratos e as pulgas, que se proliferavam com facilidade tanto nas cidades quanto nos vilarejos menores por conta das condições precárias de higiene (não havia tratamento de água, banheiros ou esgoto).

Para que houvesse a transmissão, as pessoas tinham que ser picadas por pulgas infectadas. Posteriormente, na fase mais crítica da pandemia europeia, a disseminação ocorria por contato desprotegido com fluidos corporais infecciosos ou materiais contaminados, além da inalação de gotículas de espirros ou tosse — tal qual a covid-19.

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A OMS trabalha para prevenir epidemias da praga com vigilância e apoio aos países em risco, como República Democrática do Congo, Peru e Madagascar — sendo o último a região que registra casos quase todos os anos.

Sintomas e diagnóstico

As autoridades e saúde alertam que pessoas infectadas com a peste bubônica geralmente desenvolvem doença febril aguda com outros sintomas sistêmicos inespecíficos após um período de incubação de um a sete dias. Pode haver o início súbito de febre, calafrios, dores no corpo e na cabeça e fraqueza, vômitos e náuseas.

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Na peste bubônica, a transmissão é causada pela picada de uma pulga infectada. Assim, a bactéria viaja pelo sistema linfático até o linfonodo mais próximo, onde se replica no organismo. A glândula fica inflamada, inchada e dolorida, por isso é chamada de "bubão". Nos casos mais avançados da infecção, os gânglios linfáticos inflamados podem se transformar em feridas abertas cheias de pus. Se não tratada precocemente, a doença pode avançar e se espalhar para os pulmões.

Já a peste pneumônica, ou peste pulmonar, é a forma mais virulenta da doença. A incubação pode durar até 24 horas. Qualquer pessoa infectada pode transmitir a doença por meio de gotículas de saliva, tosse ou espirros a outros humanos. Ela tem até 100% de letalidade se não tratada precocemente. Apesar disso, as taxas de recuperação são altas se detectadas e controladas a tempo (24 horas após o início dos sintomas).

Em ambos casos, a confirmação da patologia requer exames de laboratório. A melhor prática é identificar a Y. pestis a partir de uma amostra de pus de um bubão, sangue ou escarro. Um antígeno específico da bactéria pode ser detectado por diferentes técnicas, sendo uma delas um teste rápido validado em laboratório.

Tratamentos e vacinas

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O tratamento para qualquer um dos tipos da peste deve ser feito com o uso de antibióticos indicados por especialistas. Assim como o coronavírus, é necessário que haja isolamento da pessoa para evitar passar a doença para outros indivíduos.

É recomendável que o tratamento seja iniciado assim que começam os primeiros sintomas — já que existe risco da peste levar à morte em menos de 24h, com maior risco nas primeiras 15 horas após início dos sintomas. A administração de medicamentos envolve antibióticos comuns para enterobactérias (bastonetes gram-negativos). A Organização Mundial da Saúde não recomenda vacina para a doença.

Fonte: Organização Mundial da Saúde