Pessoas que dormem tarde são mais suscetíveis a doenças cardíacas
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
Pessoas que dormem tarde são mais suscetíveis a desenvolver diabetes e doenças cardíacas no futuro, segundo um estudo publicado na revista Experimental Physiology. Conforme indica o estudo, esse público é mais propenso a ser resistente à insulina, o que significa que os músculos precisavam de mais insulina para conseguir a energia necessária.
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Se esse hábito afeta a forma como os corpos processam insulina e afeta o metabolismo, é possível prever o risco de uma pessoa ter doenças cardíacas e diabetes tipo 2, de acordo com os pesquisadores. "Existem evidências de que dormir até tarde está associado a um risco maior de doenças metabólicas e cardiovasculares", apontam os autores.
Para o estudo, os pesquisadores classificaram 51 adultos sem doença cardíaca ou diabetes com hábitos matinais ou noturnos, e conduziram os participantes a uma dieta controlada, enquanto seus níveis de atividade foram monitorados por uma semana. A equipe então determinou a massa corporal, composição corporal e nível de condicionamento físico de cada pessoa e mediu os níveis de sensibilidade à insulina.
Os pesquisadores levantaram vários mecanismos possíveis para justificar essa relação, como a perda de sono, desalinhamento no relógio biológico, comer no final do dia e ser exposto a menos luz do Sol. São fatores que demonstraram afetar a sensibilidade à insulina.
Segundo o estudo, a pessoa que dorme muito tarde libera melatonina muito mais tarde do que o normal, tornando as manhãs lentas e empurrando o pico de atividade e alerta mais tarde e à noite, o que pode ter efeitos profundos na produtividade, desempenho escolar, funcionamento social e hábitos de vida.
Pessoas que dormem tarde também correm mais risco de usar mais tabaco, álcool e cafeína, e são mais propensas a pular o café da manhã e comer mais no final do dia. A pesquisa também sugere que o hábito resulta em maior gordura corporal localizada no estômago ou na região abdominal, o que é prejudicial à saúde.
Fonte: Experimental Physiology via CNN Health