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Pessoas com autismo são melhores em identificar emoções em desenhos animados

Por| Editado por Luciana Zaramela | 18 de Novembro de 2022 às 09h00

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harshit mahabale/unsplash
harshit mahabale/unsplash

Segundo um artigo publicado na revista Autism Research, pessoas com autismo têm mais facilidade em reconhecer emoções, pelo menos no que diz respeito a desenhos animados. Para chegar a essa conclusão, um grupo de cientistas fez alguns testes com 196 adultos (parte deles neurotípica, a outra parte não).

Uma das características consideradas comuns em pessoas neurodivergentes é a dificuldade em reconhecer emoções. Particularmente para pessoas no espectro autista, muitas vezes é mais difícil captar pistas de expressões faciais do que para pessoas neurotípicas. Por isso o resultado do estudo surpreendeu tanto a equipe.

O artigo indica que quando as expressões faciais são dadas em forma de desenho animado, as pessoas com autismo podem realmente superar as neurotípicas em um teste de reconhecimento. “Em nosso teste, as pessoas com autismo não apenas foram capazes de ler emoções em desenhos animados, mas o fizeram com melhor precisão do que os participantes neurotípicos”, aponta o relatório.

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“O fato de os neurotípicos se saírem pior do que os autistas em olhos de desenhos animados levanta questões importantes. Essa pode ser uma área de força sociocognitiva em que parecem se identificar melhor com agentes antropomórficos e não humanos, como animais, robôs, bonecas ou desenhos animados”, complementam os autores.

No experimento, cada pessoa viu uma foto apenas de olhos e perguntou qual emoção aquela pessoa estava sentindo, e então o processo foi repetido com uma versão em desenho animado. Os resultados mostraram que as pessoas neurodivergentes não diferiram significativamente das pessoas neurotípicas na versão de imagem, mas as superaram na versão de desenho animado.

“Nossa pesquisa abre um leque de possibilidades. Se os olhos antropomórficos são mais fáceis de ler para pessoas com autismo, isso pode ser usado para ajudar os indivíduos a responder de maneira semelhante aos olhos reais”, concluem os especialistas.

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Fonte: Autism Research via IFL Science