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Pesquisadores descobrem novo alvo para vacina universal contra gripe

Por| Editado por Luciana Zaramela | 27 de Dezembro de 2021 às 17h30

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 twenty20photos/Envato
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Pesquisadores dos Estados Unidos descobriam um novo potencial alvo para a vacina contra a gripe (influenza), o que pode possibilitar o primeiro imunizante universal contra a doença. Em outras palavras, vacinas do futuro poderão usar essa vulnerabilidade para imunizar contra inúmeras cepas do vírus. Atualmente, as fórmulas protegem apenas contra quatro.

Publicado na revista científica Nature, o estudo sobre a vulnerabilidade do vírus da gripe foi desenvolvido por pesquisadores da Scripps Research, da Universidade de Chicago e do Hospital Mount Sinai. O potencial alvo da próxima geração de imunizantes foi apelidado de âncora e é encontrado na proteína hemaglutinina (HA) da membrana do agente infeccioso.

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Segundo a equipe, o alvo tem o potencial de atingir uma ampla variedade de cepas de gripe, mesmo que o vírus sofra mutações anuais. Com isso, as doses do imunizante, um dia, poderão ser mais espaçadas. No entanto, mais estudos são necessários para comprovar a eficácia da nova alternativa.

Novo alvo para a vacina da gripe

“É sempre muito empolgante descobrir um novo local de vulnerabilidade em um vírus, porque isso abre o caminho para o design racional de vacinas”, explica Andrew Ward, professor da Scripps Research e um dos autores do artigo, em comunicado.

“Isso também demonstra que, apesar de todos os anos e esforços de pesquisa de vacinas contra a gripe, ainda há coisas novas a serem descobertas”, destaca Ward sobre a parte apelidada como âncora, sendo um potencial alvo.

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Até hoje, as pesquisas por vacinas universais contra a gripe focam no tronco da proteína hemaglutinina, já que esta é considerada uma região menos variável dos vírus. No recente estudo, os cientistas descobriram a relevância de uma outra região desta proteína, presente no fundo da sua haste. O local é perto de onde cada molécula de HA está ligada à membrana do vírion.

A descoberta só foi possível ao analisar amostras de sangue de pessoas que receberam uma vacina sazonal contra a gripe ou que foram infectadas pela doença. A partir dessas observações, a equipe identificou 358 anticorpos diferentes. Do total, 50 anticorpos se ligam especificamente a essa parte apelidada de âncora.

Em testes de laboratório, os anticorpos foram eficazes contra muitas cepas da gripe. Nesse sentido, eles conseguiram neutralizar cepas sazonais do vírus, como os subtipos H1. Além disso, puderam neutralizar versões pandêmicas do vírus, como subtipos H2 e H5. Em estudos com modelos animais, os anticorpos também proporcionaram ampla proteção contra diferentes cepas.

“O sistema imunológico humano já tem a capacidade de produzir anticorpos para esse epítopo [menor parte de um antígeno com a capacidade de gerar a resposta imune], então é apenas uma questão de aplicar métodos modernos de engenharia de proteínas para fazer uma vacina que possa induzir esses anticorpos em número suficiente”, explica Jenna J. Guthmiller, professora da Universidade de Chicago. Agora, novos estudos devem aprofundar a descoberta.

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Fonte: Nature