Pesquisa da USP procura voluntários para testar vacina contra o HIV
Por Fidel Forato | 04 de Dezembro de 2020 às 19h00
Pesquisadores e cientistas trabalham, há anos, em maneiras eficientes de combater o vírus da imunodeficiência humana (HIV), inclusive na prevenção da infecção e das eventuais complicações, como a AIDS. Nesse cenário, a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) busca voluntários no Brasil para testar uma vacina contra o HIV. Caso se verifique a sua eficácia e segurança, este será um feito inédito para a ciência.
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O estudo da USP é chamado, oficialmente, de Mosaico — e foi iniciado há cinco anos, de forma cooperativa, com instituições de outros países. Até o momento, os voluntários que receberam a vacina conseguiram produzir satisfatoriamente anticorpos e imunidade contra a infecção do HIV. A pesquisa já foi aprovada na fase pré-clínica, animal, e fases 1 e 2 em humanos.
Quem pode receber a vacina contra o HIV?
No Brasil, cerca de 920 mil pessoas vivem com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), segundo dados levantados pelo Ministério da Saúde. Diante desses casos, a nova pesquisa da USP seleciona como voluntários homens gays ou bissexuais cisgêneros e homens ou mulheres transexuais entre 18 e 60 anos.
Para promover a eventual imunização contra o HIV, a tecnologia empregada na vacina em desenvolvimento é a de vetor, ou seja, são injetadas informações genéticas de proteínas identificadoras do HIV dentro de um outro vírus, inofensivo a seres humanos. Por exemplo, esta técnica é adotada por algumas vacinas, também em desenvolvimento, contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2), como o imunizante de Oxford.
Quando o indivíduo é vacinado com o imunizante experimental contra o HIV, o vírus inserido no organismo se multiplica e faz com que o corpo da pessoa reaja às proteínas que foram injetadas em seu material genético, produzindo anticorpos. Assim, o vacinado produz tanto a resposta imune contra proteínas do vírus inofensivo quanto outra resposta imune contra as do HIV.
Para participar da pesquisa, os interessados devem entrar em contato com o Programa de Educação Comunitária da USP ou por e-mail.
Fonte: Agência Brasil