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Pesquisa da Fiocruz diz que reinfecção pela COVID-19 é possível após casos leves

Por| 24 de Dezembro de 2020 às 16h00

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Daniel Roberts/Pixabay
Daniel Roberts/Pixabay

Nas últimas semanas, começaram a aparecer casos de reinfecção pela COVID-19 em todo o mundo, inclusive no Brasil, e pesquisadores acabam de revelar o resultado de um estudo que explica a existência da ameaça. Segundo os cientistas da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), a primeira exposição do organismo ao coronavírus pode não gerar memória imune em casos mais leves. Sendo assim, uma pessoa que já teve a COVID-19 corre o risco de ser infectada de novo.

Os pesquisadores fizeram o sequenciamento dos genótipos do SARS-CoV-2 de quatro pessoas sem sintomas da doença para chegar a essas respostas, sob coordenação de Thiago Moreno, virologista e pesquisador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fiocruz. Esses pacientes foram monitorados semanalmente desde o início da pandemia, ainda em março, realizando testes sorológicos e o PCR, o exame do cotonete.

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Através do sequenciamento dos genomas, foi possível confirmar que um dos pacientes contraiu o coronavírus associado a um genoma de fora do Brasil, enquanto outra contava com uma estrutura viral associada ao genoma que já estava em circulação no país, mais precisamente no Rio de Janeiro.

Thiago Moreno conta que, em maio, um dos pacientes que estavam recebendo o acompanhamento informou aos pesquisadores que estava tendo sintomas mais fortes da doença, como a perda de paladar e olfato, além de febre. "Quando fizemos o RT-PCR mais uma vez, os quatro indivíduos testaram positivo. O que observamos foi uma reinfecção dentro do ambiente familiar. Contudo, a pessoa que apresentou em março o genótipo associado a casos importados no Brasil, agora estava infectada por uma outra cepa", conta o cientista.

Ainda de acordo com a pesquisa, outro paciente que havia sido infectado por um genótipo que circulava no Rio de Janeiro, mas que possuía um acúmulo de mutações que acaba permitindo a interpretação de reinfecção e não de uma infecção persistente. Sendo assim, fica claro que uma reinfecção pelo SARS-CoV-2 é possível e que a primeira exposição a ele não é garantia de que haja uma memória imune do organismo.

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"Casos assintomáticos ou muito brandos, se forem reexpostos ao vírus, poderão ter novamente uma infecção. Desta vez, pode ser que o quadro se agrave e que essa infecção seja mais severa do que a primeira, como demonstrado na pesquisa. Por esse motivo fez o alerta à população sobre a imunidade para o coronavírus. Em alguns casos, as respostas imunes podem ser fortes num primeiro momento, mas não significa que elas sejam duradouras", reforça.

Fonte: Agência Brasil