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Pela 1ª vez, Anvisa autoriza plantação de cannabis para estudos científicos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 16 de Dezembro de 2022 às 13h59

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Coffeekai/Envato
Coffeekai/Envato

Nesta semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a criação da primeira plantação de cannabis no Brasil para fins científicos. Com a decisão inédita, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) poderá cultivar, de forma controlada e legal, a planta, enquanto realiza testes pré-clínicos — pesquisas que não envolvem experimentos em humanos.

"Apesar de sua utilização com fins medicinais há milhares de anos, ainda existe importante lacuna científica sobre as potencialidades, mecanismos de ação e efeitos do uso de Cannabis sp. no organismo humano", explica a Anvisa, em comunicado. Com as novas pesquisas autorizadas, o nível de entendimento de quais indicações da planta são benéficas (ou não) deve melhorar significativamente.

Vale lembrar que, embora esta seja a primeira plantação autorizada pela Anvisa, o Brasil já conta com outros centros de cultivo, como a plantação da associação sem fins lucrativos Abrace Esperança. Por meio da organização, a planta cultivada é usada, em sua maioria, no tratamento de pacientes com autismo, epilepsia e alzheimer.

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O que a UFRN vai estudar com a plantação de cannabis recém-autorizada?

Com a autorização inédita da Anvisa, o Instituto do Cérebro (ICe), da UFRN, conduzirá pesquisas pré-clinicas para avaliar a eficácia e a segurança de combinações de fitocanabinóides, como o canabidiol (CBD), no tratamento de distúrbios neurológicos e psiquiátricos.

Hoje, a epilepsia refratária é uma das doenças em que mais se conhece as potencialidades do CBD, e mesmo assim o conhecimento é restrito. “Pouco se sabe sobre o efeito dos fitocanabinoides sobre outros tipos de epilepsias, bem como o potencial de outros fitocanabinoides, como o CBN e o CBG, que não possuem propriedades psicoativas, sobre a excitabilidade neuronal e a frequência de crises”, afirma Claudio Queiroz, professor do ICe, em comunicado.

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Segundo o reitor da universidade federal, José Daniel Diniz Melo, a decisão da Anvisa "representa um passo importante para o avanço das pesquisas desenvolvidas na Ufrn e um marco histórico para a ciência brasileira”. Isso porque, a partir de agora, os estudos com a planta poderão testar concentrações e proporções controladas. Este nível de precisão é fundamental quando se pensa no uso medicinal.

Fonte: Anvisa e Ufrn