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Pandemia de covid-19 alterou nossa percepção do tempo, segundo estudo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 28 de Abril de 2022 às 11h30

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Hedgehog Digital/Unsplash
Hedgehog Digital/Unsplash

A pandemia de covid-19 alterou nossa percepção sobre a passagem do tempo, segundo um estudo brasileiro publicado na revista Science Advances. De 3.855 entrevistados, a maior parte (65%) relatou sentir as horas se arrastarem mais devagar no final do primeiro mês de isolamento social, em maio de 2020.

Segundo o artigo, conduzido por cientistas da Universidade Federal do ABC (UFABC), essa primeira sensação diz respeito a um fenômeno chamado “expansão temporal”, que tem associação direta à solidão e à falta de experiências positivas durante o início da pandemia. Enquanto isso, a percepção de “pressão temporal” (quando o relógio parece andar depressa e falta tempo) diminuiu para 75% dessas pessoas.

Conforme comentam os pesquisadores, a sensação de expansão temporal foi diminuindo com o passar das semanas. Para chegar a essa descoberta, os voluntários responderam a um questionário on-line com dez perguntas e participaram de um experimento em que deveriam apertar um botão para sinalizar a passagem de 30 ou 60 segundos. No entanto, o público envolvido não teve dificuldades para calcular esses pequenos intervalos de tempo.

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Os cientistas então analisaram as respostas e calcularam, semana a semana, se havia aumento ou queda na expansão e pressão temporal, e concluíram que nas semanas em que o indivíduo se sentia mais sozinho e vivenciava menos afetos positivos, sentia o tempo passar mais devagar. Já em situações com alto nível de estresse, o tempo parecia passar mais rapidamente para essa pessoa.

Os autores ressaltam que a sensação de o tempo passar mais depressa ou mais devagar é influenciada principalmente por fatores como a relevância do tempo em um determinado contexto e a imprevisibilidade.

Comparando as impressões dos participantes sobre o período pré-pandêmico em relação ao início da pandemia, os autores notaram um aumento de 20 pontos da expansão temporal e uma redução de 30 pontos da pressão temporal. Os jovens foram os que mais sentiram o tempo parar no início da pandemia de covid-19.

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Fonte: Science Advances, Agência Fapesp