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Paciente com covid-19 por sete meses desenvolve 22 mutações; entenda

Por| Editado por Luciana Zaramela | 17 de Junho de 2022 às 12h04

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  Abdelrahman_El-masry/Envato
Abdelrahman_El-masry/Envato

Em artigo publicado na revista Nature na última quarta (15), virologistas relataram o caso de uma paciente que passou sete meses diagnosticada com covid-19 e desenvolveu 22 mutações do vírus SARS-CoV-2. Trata-se de uma mulher de 60 anos que, antes de testar positivo para a doença, tomava medicamentos imunossupressores para conter um linfoma.

Apesar de longa, a infecção por covid-19 foi acompanhada por sintomas relativamente leves, incluindo fadiga e tosse. Na instalação de microbiologia em Ausservillgraten, Áustria, os pesquisadores analisaram mais de 24 amostras virais da paciente.

Através de sequenciamento genético, uma equipe local registrou cerca de 22 mutações, sendo que metade faz parte dos casos da variante Ômicron. “Quando a Ômicron foi descoberta, tivemos um grande momento de surpresa. Já tínhamos visto essas mutações", escrevem os autores.

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Segundo o artigo, infecções crônicas como a dessa paciente são as principais candidatas para as origens da Ômicron e outras variantes que impulsionaram os surtos de covid-19 globalmente. Com isso, os pesquisadores querem entender como o vírus pode evoluir a capacidade de se espalhar de pessoa para pessoa com mais facilidade, de evitar a resposta imune ou de se tornar mais ou menos grave.

“Não entendemos bem o que pode evoluir em um único indivíduo e o que não pode”, refletem os autores do artigo. As chances de que esse conhecimento possa ajudar a prever a próxima cepa mortal ou até mesmo rastrear variantes como a Ômicron até sua origem são remotas. Ainda assim, os virologistas esperam antecipar como serão as variantes futuras.

Mutações do SARS-CoV-2

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Segundo o relatório, a situação da infecção é individual, e novas mutações surgem à medida que a infecção se espalha de célula para célula. A maioria dessas mudanças não importará para o vírus, e muitas o prejudicarão, mas algumas podem dar uma pequena vantagem sobre outras versões do vírus, aumentando sua capacidade de se espalhar ou fornecendo alguma resistência às defesas imunológicas.

Essas duas características — infectividade e evasão imunológica — são as principais maneiras pelas quais o SARS-CoV-2 evoluiu desde que surgiu pela primeira vez em 2019, conforme afirmam os pesquisadores.

"Em infecções agudas por SARS-CoV-2, que geralmente duram uma ou duas semanas antes de serem eliminadas pelo sistema imunológico, as versões do vírus com mutações vantajosas têm pouco tempo para superar aquelas que não as possuem. As chances de um vírus com tal vantagem ser transmitido para outro indivíduo são, portanto, pequenas", conclui o artigo.

Fonte: Nature