Ozempic na saúde pública do RJ: 5 perguntas e respostas sobre o medicamento
Por Fidel Forato |

A cidade do Rio de Janeiro pode se tornar pioneira ao incluir o uso da semaglutida (princípio ativo do remédio Ozempic) na rede pública de saúde. Se tudo ocorrer conforme o planejado, o medicamento destinado para pessoas com diabetes tipo 2 e obesidade poderá ser distribuído, de graça, a partir de janeiro de 2026. Isso tem gerado várias perguntas e dúvidas sobre a medida.
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Antes do Ozempic se tornar genérico e entrar oficialmente no rol de remédios distribuídos de forma gratuita (quando há receita médica) por lá, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, criou um grupo de trabalho com especialistas para estudar a implementação da semaglutida na cidade.
A possível adoção da semaglutida ocorre em decorrência do "aumento da prevalência da obesidade na Cidade do Rio de Janeiro e seus impactos na saúde pública, como o aumento de doenças crônicas não transmissíveis", como informa o decreto sobre o Ozempic, publicado no Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro, na quarta-feira (1).
O relatório final deve ficar pronto em 90 dias e irá guiar a implementação do medicamento na forma de genérico — o Ozempic não deve ser adotado, mas, sim, um medicamento com a mesma substância ativa feito nacionalmente.
Ozempic de graça no Rio de Janeiro?
A seguir, confira cinco perguntas e respostas sobre a possível política pública de saúde na cidade do Rio de Janeiro que irá viabilizar o uso de remédios similares ao Ozempic:
1. Quando o Rio começa a distribuir Ozempic de forma gratuita?
A patente do Ozempic, da farmacêutica Novo Nordisk, irá expirar em janeiro de 2026, então o projeto de distribuição gratuita da semaglutida no Rio de Janeiro só deve começar no ano que vem, quando outros laboratórios poderão fabricar o medicamento no Brasil. Inclusive, algumas fábricas já estão se preparando para a produção de genéricos e similares.
2. Quem terá acesso ao medicamento gratuito na cidade do Rio?
No decreto, as autoridades informam que a medida visa "garantir o acesso equânime ao tratamento com semaglutida para todos os cidadãos do Rio de Janeiro, especialmente aqueles que se encontram em situação de vulnerabilidade social”.
Até o momento, os detalhes sobre os grupos prioritários e sobre os pacientes que serão beneficiados, neste primeiro momento, ainda não foram divulgados. Entretanto, a prefeitura informou que o uso não será liberado para fins estéticos e exigirá prescrição médica para obter de forma gratuita.
3. Para que serve o Ozempic?
No organismo, a semaglutida simula a ação de um hormônio produzido no intestino, o peptídeo-1 semelhante ao glucagon (GLP-1), e assim regula a glicemia (o nível de açúcar no sangue) e o apetite dos pacientes.
No mercado, existem duas principais fórmulas. A primeira é o Ozempic, indicado para o tratamento do diabetes tipo 2, conforme prevê a bula. A outra é o Wegovy, prescrito para a perda de peso para pacientes com obesidade. A diferença entre eles está na concentração do princípio ativo e na indicação.
4. Como usar o Ozempic?
Quando há prescrição, o paciente deve usar o Ozempic ou outros medicamentos com semaglutida uma vez por semana. A aplicação semanal é feita com uma caneta e deve ser feita sempre no mesmo dia, como toda quarta-feira, por exemplo. Entretanto, é preciso respeitar as orientações do médico responsável pelo tratamento.
5. Ozempic tem efeitos colaterais?
Como todo medicamento, há efeitos colaterais envolvendo o Ozempic, o Wegovy e outro genérico com semaglutida, o que reforça a importância da prescrição e do acompanhamento médico durante o tratamento.
Para este grupo de remédios, os efeitos adversos mais comuns envolvem o sistema gastrointestinal, como náuseas, vômitos, constipação (“intestino preso”) e diarreia, além de dor de cabeça e sensação de fraqueza.
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