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OMS sobe o tom e se diz "chocada" com países que acumulam vacinas contra COVID

Por| Editado por Luciana Zaramela | 10 de Setembro de 2021 às 10h50

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Dante Doria/ Pixabay
Dante Doria/ Pixabay

Na busca por uma distribuição mais igualitária de vacinas contra o coronavírus SARS-CoV-2, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou inúmeras inciativas, como a COVAX Facility. Agora, o diretor-geral Tedros Adhanom Ghebreyesus revelou estar "chocado" com países que acumulam doses dos imunizantes contra a COVID-19 e que distribuem reforços para toda a população.

Durante coletiva de imprensa na quarta-feira (8), o diretor-geral da OMS explicou que inúmeros países se comprometeram em doar vacinas contra a COVID-19 para as nações mais pobres, mas a maioria das promessas não se concretizou. É neste cenário que se "chocava", de acordo com a Ars Technica.

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De acordo com dados da OMS, cerca de 5,5 bilhões de doses da vacina contra o coronavírus já foram administradas até agora. No entanto, a maioria dessas doses — cerca de 80% — foram para países de renda alta e média renda. Segundo a plataforma Our World in Data, apenas 1,9% das pessoas em países de baixa renda receberam pelo menos uma dose.

“Há muita conversa sobre a igualdade da vacina, mas muito pouca ação”, explicou Tedros. Inclusive, a OMS continua a defender que não existem evidências que demonstrem que as vacinas de reforço são clinicamente necessárias para toda a população contra a COVID-19. Nesta quinta-feira (9), a farmacêutica AstraZeneca alertou sobre a pressa para aplicar a terceira dose na população.

Moratória da terceira dose

Com a dificuldade em avançar a vacinação contra a COVID-19 em países pobres, OMS estendeu a moratória sobre as doses de reforço até o final de 2021. Em outras palavras, a organização pediu que países esperem o final do ano para aplicarem as doses extras. Caso a espera aconteça, Tedros espera que os países mais pobres finalmente tenham a oportunidade de elevar suas taxas de vacinação, chegando até 40% de proteção.

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Para ilustrar a situação, o diretor-executivo do Programa de Emergências de Saúde da OMS, Mike Ryan, explicou, em uma entrevista coletiva, que as doses extras são como "distribuir coletes salva-vidas extras para pessoas que já têm coletes salva-vidas, enquanto deixamos outras pessoas se afogarem".

Fonte: Futurism