OMS destaca importância da transparência nos dados da COVID-19 no BR
Por Fidel Forato | 08 de Junho de 2020 às 17h20
Nesta segunda-feira (8), Organização Mundial da Saúde (OMS) defende necessidade de "transparência" ao Brasil na divulgação de dados sobre o novo coronavírus (SARS-CoV-2), em coletiva de imprensa. Esse pronunciamento da OMS está ligado à recente alteração no formato em que são divulgadas as informações da doença pelo Ministério da Saúde.
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"É muito importante que mensagens sobre transparência sejam consistentes, para que possamos confiar nos nossos parceiros. É mais importante ainda para os cidadãos, que precisam entender como lidar com o vírus. Queremos que qualquer confusão possa ser resolvida agora, e que o governo e os Estados possam continuar fornecendo dados de forma consistente para seus cidadãos. Continuaremos apoiando o governo brasileiro para controlar essa doença o mais rápido possível", comentou o diretor do programa de emergências da OMS, Michael Ryan.
Notificações da COVID-19
"Possuímos dados extremamente detalhados do Brasil. Alguns desses dados recebidos diariamente, inclusive, estão entre os mais detalhados e atualizados do mundo. Realmente esperamos que isso continue. É um país muito grande, com uma população muito diversa e vulnerável, principalmente nas áreas urbanas e indígenas", defendeu Ryan, durante a coletiva.
Embora o diretor tenha afirmado que a OMS estava satisfeita com a forma atual como recebe os dados, por parte do País e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Ryan alerta sobre as novas notificações da COVID-19 no Brasil que estão sendo feita de maneira "desagregada" da população.
A situação vem ocorrendo desde quarta-feira passada (3), quando a atualização diária da COVID-19 só foi feita após às 22 horas. Além disso, a plataforma do Ministério da Saúde, que continha números detalhados sobre a doença no país, ficou fora do ar por um dia, entre quinta e sexta-feira. Quando retornou, exibia apenas dados de casos, mortes e recuperados nas últimas 24 horas.
Segundo o próprio Ministério da Saúde, uma nova plataforma sobre a situação da COVID-19 será lançada ainda esta semana no Brasil, focando na análise de casos e mortes por data de ocorrência.
América Latina
Durante a fala de hoje, a OMS retomou a sua preocupação com o avanço da pandemia do novo coronavírus dentro da América Latina. Isso porque muitos países da região enfrentam graves problemas com a COVID-19, como pressão nos sistemas de saúde públicos e escassez de leitos de UTI, além de "medo e confusão" nas comunidades.
"Neste momento, a epidemia nas Américas Central e do Sul é a mais complexa entre todas as situações que enfrentamos globalmente. O mundo precisa dar o suporte necessário a esses países, para ajudá-los a lidar com os impactos da pandemia", explicou o diretor.
"O que temos visto do México até o Chile é um padrão de aumento em toda a América Latina, com algumas exceções notáveis. Mas eu acho que esta é uma época de grande preocupação, uma época em que precisamos de grande liderança governamental na América Latina. Precisamos de solidariedade internacional forte nos países da América Latina e de liderança de dentro para colocar esta doença sob controle", afirmou.
Fonte: Estadão