OMS aprova uso emergencial da vacina da Sinopharm contra a COVID-19
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
Nesta sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) autorizou, de forma emergencial, o uso da vacina desenvolvida pela empresa chinesa Sinopharm contra o coronavírus SARS-CoV-2. Este é o primeiro imunizante vindo de um país oriental aprovado pela OMS e é o quinto no ranking geral das vacinas autorizadas.
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Até então, foram aprovadas pela OMS as seguintes vacinas: a da Pfizer/BioNTech; a Covishield (Universidade de Oxford/AstraZeneca); a da Janssen (Johnson & Johnson); e a da Moderna. Agora, se junta ao grupo a fórmula da Sinopharm contra a COVID-19, após avaliação de "segurança, eficácia e qualidade" da organização.
Além disso, a OMS aposta que a inclusão deste imunizante tem "o potencial de acelerar rapidamente o acesso à vacina COVID-19 para países que buscam proteger os profissionais de saúde e as populações em risco", mas que faltam recursos para isso. Para as imunizações contra o coronavírus, a recomendação é que sejam administradas duas doses em pessoas com mais de 18 anos.
Nos próximos dias, a OMS também deve se pronunciar sobre uma outra vacina contra a COVID-19 também desenvolvida por pesquisadores chineses, a CoronaVac. Vale ressaltar que são dois laboratórios e vacinas diferentes: a CoronaVac é desenvolvida pela farmacêutica Sinovac, e é o imunizante mais usado no Brasil contra o coronavírus.
O que muda com a autorização de uso da OMS?
No combate à pandemia da COVID-19, a autorização da OMS é vista como uma diretriz para muitas agências reguladoras nacionais, já que o órgão internacional atestou a segurança e a eficácia da fórmula, o que pode agilizar análises de outros países. Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, este é um sinal de "confiança" para a aprovação regulatória de outras entidades.
Além disso, com o selo da OMS, a vacina da Sinopharm contra a COVID-19 poderá ser adotada pelo programa internacional para o acesso igualitário de imunizantes, o COVAX Facility. A meta da iniciativa é fornecer cerca de dois bilhões de vacinas para os países em desenvolvimento.
Vacina da Sinopharm contra a COVID-19
No mundo, a vacina da Sinopharm já é adotada em alguns países, como China, Emirados Árabes Unidos, Paquistão e Hungria. Para imunizar contra o coronavírus, a fórmula desenvolvida em parceria com o Instituto de Produtos Biológicos de Pequim usa o coronavírus inativado ("morto"). A taxa de eficácia é estimada em 78,1%, no entanto, os resultados completos do ensaio clínico de Fase 3 ainda não foram publicados em uma revista científica.