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Olimpíadas 2024 | Atletas de triatlo alegam problema de saúde após nadar no Sena

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Andrew Boersma/Unsplash
Andrew Boersma/Unsplash

Manter a qualidade da água do rio Sena, incluindo a presença de coliformes fecais em quantidade mínima aceitável, é um dos grandes desafios para a França, durante os Jogos Olímpicos de Paris 2024. Até o momento, dois atletas do triatlo adoeceram, a belga Claire Michel e o suíço Adrien Briffod, e precisaram abandonar as Olimpíadas 2024. A possível causa está relacionada com a qualidade das águas, mas investigações ainda estão em andamento.

Como os dois atletas do triatlo chegaram a mergulhar no rio Sena, há quem especule e faça uma ligação direta entre o nado e a infecção, sem nenhuma comprovação até o momento.

"Nada nos permite dizer que haja uma ligação [dos adoecimentos] com a qualidade da água", declara Pierre Rabadan, porta-voz da prefeitura de Paris, segundo a agência de notícias AP. Rabadan ainda informa que outros atletas, que não nadaram no Sena, também adoeceram na Vila Olímpica.

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De forma oposta a essa possível polêmica envolvendo a qualidade das águas, atletas do triatlo deram depoimentos positivos sobre a prova de natação no Sena, que ocorreu durante o período da manhã nesta segunda-feira (5).

Situação do triatlo

Oficialmente, o Comitê Olímpico da Bélgica divulgou uma nota sobre o ocorrido, no domingo (4). "Claire Michel, uma das atletas da equipe mista de revezamento, infelizmente teve que cancelar a competição por motivo de doença", afirma o texto. Por enquanto, o tipo de infecção que tirou a atleta (e consequentemente todo o time de triatlo misto) não foi confirmado.

Segundo o jornal De Standaard, a atleta belga foi infectada pela bactéria Escherichia coli, conhecida por provocar problemas gastrointestinais e diarreia. Possivelmente, ela teria contraído o patógeno durante a prova do nado, que ocorreu no rio Sena, na última quarta-feira (31). 

Apesar dela ter nadado no rio, ter sido infectada por algum patógeno e precisar desistir das Olimpíadas 2024, essa sequência de eventos pode não necessariamente estar relacionada. É preciso aguardar mais dados sobre o estado de saúde de Michel para entender o que realmente ocorreu. 

Afinal, uma refeição preparada sem as medidas adequadas de higiene (como higienização das mãos do cozinheiro) também pode ser uma possível causa da infecção.

Mais problemas de saúde

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Aparentemente, o caso de Michel não é o único problemático do triatlo durante os Jogos Olímpicos de Paris. No sábado (2), o Comitê Olímpico da Suíça anunciou uma mudança na escalação do triatlo misto, após o adoecimento do atleta Adrien Briffod.

Briffod competiu no triatlo individual masculino na quarta (31) e apresentou um infecção gastrointestinal. Segundo o comitê, "não foi possível" relacionar a infecção com a qualidade da água do Sena, mas o quadro pode ter relação com a E. coli

“Uma pesquisa com meus colegas de outros países não mostrou até agora nenhum aumento de doenças gastrointestinais entre os atletas que participaram da prova individual”, apontou Hanspeter Betschart, médico da equipe suíça, em nota.

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Qualidade das águas nas Olimpíadas?

Antes dos atletas do triatlo entrarem nas águas do Sena, são realizados testes de qualidade da água. Inclusive, na semana passada, o treinamento chegou a ser cancelado devido aos elevados níveis de coliformes fecais.

No entanto, no dia das provas de triatlo masculino e feminino, as concentrações das bactérias E. coli e Enterococos  fecais estavam dentro do limite do aceitável, como aponta o jornal The New York Times. Isso apenas reforça a necessidade de maiores esclarecimentos.

Depoimento dos próprios atletas

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Após a prova de triatlo desta segunda (5), a triatleta brasileira Arnold Djenyfer comentou a situação do rio Sena. “Realmente não houve diferença na qualidade da água hoje em comparação à primeira corrida”, comentou para a agência AP. “Nós já sabíamos o que iríamos enfrentar, e estava tudo bem”, acrescentou.

Para a atleta norte-americana Taylor Spivey, o maior desafio foi a incerteza causada pelas constantes medições dos padrões de qualidade de água do rio. Isso porque o plano de contingência era apenas adiar os treinamentos e as provas, sem considerar outros locais. Apesar disso, ela classificou o Sena como um "local incrível".

Despoluição do rio Sena

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A despoluição do Sena foi apresentada como uma dos grandes legados das Olimpíadas 2024 para Paris (o nado no local era proibido há cerca de 100 anos). Foram investidos US$ 1,5 bilhão (aproximadamente 8,5 bilhões de reais) nessa missão.

Entretanto, as suspeitas recentes, se devidamente confirmadas, podem exigir novas medidas de limpeza e padrões mais rígidos de qualidade da água, visando proteger a saúde de atletas e outros eventuais nadadores. 

Fonte: Comitê Olímpico da Bélgica, De Standaard, Comitê Olimpíco da Suíça, EuroNews (AP), APNYT