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Oficiais da FDA sinalizam vacinação anual contra covid nos EUA

Por| Editado por Luciana Zaramela | 04 de Maio de 2022 às 18h00

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Rawf8/Envato Elements
Rawf8/Envato Elements

Os Estados Unidos devem atualizar anualmente as vacinas contra a covid-19 e adotar campanhas regulares de imunização, segundo três importantes nomes da agência Food and Drug Administration (FDA). A estratégia deve ser semelhante a já adotada contra a gripe (influenza) em todo o mundo.

"A ampla imunidade induzida por vacinas e infecções, combinada com a disponibilidade de terapias eficazes, pode atenuar os efeitos de futuros surtos. No entanto, é hora de aceitar que a presença do SARS-CoV-2, o vírus que causa a covid-19, é o novo normal", explicam os três membros do FDA, em artigo publicado na revista científica JAMA.

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"Provavelmente, [o vírus] circulará globalmente no futuro próximo, tomando seu lugar ao lado de outros vírus respiratórios comuns, como a gripe. E, provavelmente, exigirá iniciativa anual semelhante para atualizações na composição das vacinas", comentam sobre a nova realidade do país.

Para evitar uma nova onda de casos a partir do outono (marcado pelo mês de setembro), o principal desafio no desenho da próxima campanha de vacinação contra a covid-19 deve ser o tempo. "Uma decisão sobre a composição [do imunizante] precisará ser tomada nos EUA até junho de 2022", explicam os especialistas em saúde pública. Imediatamente, adaptações nas fórmulas devem ser iniciadas.

Vale explicar que o documento é assinado por Robert Califf, comissário da agência, Janet Woodcock, vice-comissária, e Peter Marks, diretor do Centro de Avaliação e Pesquisa Biológica.

Riscos da covid a partir de setembro

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No concepção dos membros da FDA, o risco de uma nova onda de casos da covid-19 aumentará a partir do outono e deve alcançar o pico no inverno do Hemisfério Norte. Em outras palavras, o risco cresce a partir do mês de setembro.

Neste cenário, quatro principais fatores podem colocar a população norte-americana — e também a global em risco:

  • Taxa significativa de pessoas que ainda optam por não se imunizarem e aqueles que não receberam as doses de reforço já disponíveis;
  • Diminuição natural da imunidade da vacina anterior ou de infecção anterior;
  • Evolução viral do SARS-CoV-2, ou seja, a formação de novas Variantes de Preocupação (VOC);
  • Sazonalidade da infecção pelo vírus respiratório, cujas ondas geralmente são mais graves nos meses de outono a inverno quando os indivíduos movem suas atividades dentro de casa.

Quem deve receber as novas doses?

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Um ponto importante é definir quais públicos deverão ser imunizados com as novas vacinas contra a covid-19. "Aqueles de maior risco que podem se beneficiar mais com a vacinação incluem indivíduos imunocomprometidos e pessoas com mais de 50 anos, dada a prevalência de comorbidades que aumentam o risco de doença grave e morte neste último grupo", explicam os membros da FDA.

Além deles, o entendimento é de que a vacina contra covid-19 também deve estar disponível para aqueles que ainda não foram vacinados, independente dos motivos, incluindo as crianças e os adolescentes. Nesta mesma categoria, entram aqueles indivíduos que não receberam as doses de reforço.

Toda a população deve ser vacinada?

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No momento, os especialistas entendem que "o benefício de administrar vacinas de reforço adicionais contra a covid-19 a indivíduos saudáveis ​​de 18 a 50 anos, que já receberam a vacinação primária e uma primeira dose de reforço, provavelmente não terá um efeito tão acentuado na hospitalização ou morte quanto em outras populações em risco mais alto".

Por outro lado, "as vacinações de reforço podem estar associadas a uma redução na utilização de serviços de saúde (por exemplo, atendimentos de emergência ou centros de atendimento de urgência)", explicam. Dessa forma, serão necessárias mais discussões para avaliar a inclusão (ou não) de toda a população nas campanhas anuais de vacinação.

Exemplo: imunização contra a gripe

Se a ideia é se espelhar na vacinação contra a gripe, é possível pensar no processo adotado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. Inicialmente, as doses são disponibilizadas para pessoas com mais de 65 anos. Em seguida, são liberadas aplicações em crianças, gestantes e profissionais com alto risco de exposição, como médicos e equipes da área de segurança pública. Caso vacinas sobrem, a imunização é liberada para toda a população, incluindo pessoas com mais de 18 anos, saudáveis.

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Como será feita a nova vacina contra covid?

"Enquanto é tomada uma decisão sobre quem deve ser elegível para a vacinação, também será necessário decidir sobre a composição da vacina contra a covid-19. Para fornecer o máximo benefício em todo o espectro etário, será necessário escolher cuidadosamente a(s) variante(s) do SARS-CoV-2", explicam os especialistas. Afinal, as variantes cobertas pela vacina têm uma alta influência tanto na extensão quanto na duração da proteção contra a covid-19.

No caso do imunizante contra a gripe, anualmente a Organização Mundial da Saúde (OMS) define as quatro principais cepas da influenza, o que permite a farmacêuticas de todo o mundo produzir fórmulas tetravalentes contra este vírus. É possível que uma parceria global seja firmada nos próximos meses.


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Fonte: JAMA