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Como identificar picada de aranha?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 28 de Fevereiro de 2024 às 09h00

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Rodrigo Tetsuo Argenton/CC-BY-4.0
Rodrigo Tetsuo Argenton/CC-BY-4.0

As picadas de aranhas podem provocar dor, inchaço e vermelhidão, mas nem sempre colocam em risco a saúde humana. O problema está relacionado com os aracnídeos peçonhentos, ou seja, aqueles cujo veneno causa reações mais graves nas pessoas. Por isso, é preciso buscar ajuda e saber identificar quem provocou o ataque. 

No Brasil, apenas três gêneros de aranhas causam reações graves em decorrência da picada, o que inclui a aranha-marrom, a aranha-armadeira e a viúva-negra. Nestes casos, o paciente pode precisar de algum soro antiveneno — como o soro antiaracnídico ou o soro antilatrodéctico —, durante o tratamento. Isso evita necroses.

Aranhas peçonhentas no Brasil

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Segundo a médica do Hospital Vital Brazil (HVB), vinculado ao Instituto Butantan, Ceila Malaque, os três gêneros de aranhas mais relacionados com complicações graves após a picada, no Brasil, são:

  • Aranhas do gênero Phoneutria, podendo ser chamadas de aranha-armadeira, aranha-macaco ou aranha-de-bananeira;
  • Aranhas do gênero Loxosceles, o que inclui a aranha-marrom ou aranha-violino;
  • As aranhas do gênero Latrodectus, chamada popularmente de viúva-negra ou flamenguinha.

Dos três gêneros de aranhas, apenas as espécies que pertencem ao Loxosceles não são classificadas como agressivas, segundo o Ministério da Saúde. Isso significa que o risco de uma pessoa ser picada só ocorre, por exemplo, quando o aracnídeo é pressionado contra o corpo da vítima.

Onde buscar ajuda após picada de aranha?

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Na maioria dos casos, a pessoa picada por uma aranha não sabe identificar a espécie e nem o gênero. Então, o ideal é procurar um médico em caso de suspeita ou mesmo de confirmação. 

Dependendo da cidade em que a pessoa reside, é possível buscar orientação e tratamento em um hospital referência em soroterapia — a lista completa está disponível no site do Ministério da Saúde.

Se não há nenhum centro no seu município e a situação é de emergência, a pasta recomenda entrar em contato com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) ou com o Corpo de Bombeiros (193).

Como identificar a aranha?

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A identificação das aranhas normalmente é feita por profissionais. Então, a pessoa picada pode tentar prender o aracnídeo, de forma segura, ou fazer uma foto nítida do espécime em questão.

“Trazer a aranha em um pote, ou conseguir registrá-la em uma foto bem focada, ajuda a encontrar um nexo causal do acidente. É fundamental saber qual aranha que causou a picada. Por isso é importante capturá-la e levá-la para a avaliação médica, para evitar erros na conduta”, afirma Malaque, em nota.

Atenção! Fotos da internet não servem para a identificação. Algumas espécies têm diferenças sutis, não perceptíveis por leigos. Isso pode atrasar o diagnóstico correto, aumentando o risco de complicações, como a necrose. 

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O que fazer quando não se sabe a espécie da aranha?

Se não foi possível capturar a aranha e nem tirar uma foto, a equipe médica vai definir o tratamento a partir de uma investigação do acidente com a aranha peçonhenta.

Nessa hora, algumas perguntas recorrentes são:

  • Quando aconteceu a picada de aranha?
  • Onde a pessoa estava quando foi picada?
  • O que o indivíduo sentiu imediatamente após ser picado?
  • Os sintomas mudaram com o tempo?
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“Com essas características e alguns exames de sangue, conseguimos montar um quadro e avaliar se é mais compatível com as aranhas do gênero Phoneutria, Loxosceles ou Latrodectus”, explica a médica. 

Sintomas da picada de aranha

Os sintomas de picada da aranha variam conforme o gênero. Em outras palavras, alguns indicadores são específicos de cada grupo de aracnídeo, já que eles produzem venenos e toxinas diferentes entre si. 

1. Viúva-negra

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Segundo a especialista, a picada da aranha viúva-negra pode provocar no paciente os seguintes sintomas:

  • Ponto avermelhado no local da picada da aranha;
  • Dor intensa, ardência e queimação;
  • A dor pode se espalhar pelo corpo, em alguns pacientes;
  • Tremedeiras, espasmos;
  • Náuseas;
  • Contratura abdominal;
  • Sudorese;
  • Aumento da frequência respiratória e ansiedade.  

Dependendo da intensidade da dor, os médicos podem recorrer a diferentes tipos de analgésicos. Em paralelo, o soro antilatrodéctico vai ser indicado para quadros sistêmicos de envenenamento. 

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2. Aranha-armadeira

Os sintomas mais comuns da picada da aranha-armadeira incluem:

  • Dor imediata, podendo ser leve, moderada ou muito intensa;
  • Vermelhidão e inchaço no local da picada;
  • Vômitos e sudorese;
  • Edema pulmonar, em casos mais graves. 
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Para tratar, os médicos vão primeiro tentar o alívio da dor com remédios. Se não passar, é indicado a aplicação do soro antiaracnídico. Em crianças, o soro costuma ser aplicado imediatamente.

3. Aranha-marrom

Vale destacar que, apesar do nome aranha-marrom, ela pode ser avermelhada. Em caso de picada, a pessoa costuma relatar: 

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  • Dor leve a moderada no local da picada;
  • Formação de uma lesão arroxeada e dolorida nas primeiras 24 horas após a picada;
  • A lesão pode evoluir para necrose em três dias, quando não há tratamento;
  • Anemia (perda de ferro no sangue);
  • Icterícia (a pele e o “branco dos olhos” ficam amarelados);
  • Insuficiência renal.

Na maioria dos casos, o tratamento consiste do uso do soro antiaracnídico. Ele pode ser aplicado mesmo dias após a picada, ajudando na recuperação e prevenindo a necrose.

Onde as aranhas ficam escondidas?

A maioria das aranhas que vivem na cidade não são peçonhentas. Apesar disso, existem alguns padrões de comportamento que elas adotam dentro das residências que vale ficar atento. 

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Por exemplo, as aranhas Phoneutria e Loxosceles buscam o interior de armários e depósitos com restos de materiais de construção como refúgios Enquanto isso, as espécies do gênero Latrodectus ainda vivem mais em áreas abertas, dentro das suas teias.

Independente do tipo, o mais indicado é sempre evitar esses aracnídeos. Afinal, um erro na identificação pode ter consequências graves para a saúde.

Fonte: Instituto Butantan e Ministério da Saúde