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O pior da pandemia ainda está por vir, segundo pesquisa com médicos paulistas

Por| 01 de Junho de 2020 às 18h15

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Mattthewafflecat/Pixabay
Mattthewafflecat/Pixabay

Nesta segunda-feira (1), a Associação Paulista de Medicina (APM) divulgou uma pesquisa sobre os problemas e carências dos médicos no enfrentamento à COVID-19 e eventuais reflexos na assistência aos pacientes infectados. Dentre 2.808 médicos entrevistados, 84,5% afirmam que o pior desta pandemia ainda está por vir, e 96,6% ainda admite a possibilidade de faltar profissionais para o atendimento.

A pesquisa também mostra que 58,5% dos respondentes (entre médicos e equipe multidisciplinar) já foram vítimas de violência relacionada à pandemia (17% desses episódios são de agressão física), enquanto 64% dos médicos não foram testados para COVID-19. Apenas 3,4% dos entrevistados afirmam ser improvável faltar médicos para cuidar dos infectados. Aliás, 46% dos que estão na linha de frente apontam que inclusive isso já está acontecendo, ou seja, que já faltam médicos e profissionais da Saúde nas unidades em que trabalham. 39,4% dos médicos da linha de frente pontuam que só há testes para os pacientes com sintomas graves e 9,1% relatam não existir testes em seus locais de trabalho.

A pesquisa também abordou se a rotina de atendimento a pacientes e a percepção deles condizem com os números oficiais de casos divulgados pelas autoridades de Saúde, tanto de infectados quanto de óbitos. Foram 63% os que disseram que não. 33% dos entrevistados dizem que faltam máscaras N95, PFF2 ou equivalente (N99, N100 ou PFF3) nos hospitais em que atendem, que há carência de leitos para pacientes que precisam de internação em UTI (18%) e de leitos para os pacientes que precisam de internação em unidades regulares (12,2%).

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Os médicos e profissionais da Saúde não estão trabalhando com estrutura física/insumos adequados e segurança na opinião de 50,3% dos que responderam ao levantamento e estão atendendo pacientes com COVID-19. Segundo esse estudo da APM, atualmente 38,5% dos médicos da linha de frente recebem atualização científica dos hospitais, 38% têm acesso a conhecimento científico via associações médicas e 61,5% pesquisam diretamente na literatura médica. 

No período da pesquisa, 75,3% dos profissionais atendiam até cinco pacientes com suspeita e/ou confirmação diariamente. Outros 24,7% respondiam à carga de atender entre 6 até mais de 20 infectados por dia, em média. Destes profissionais da linha de frente do combate à pandemia, 33,7% tiveram pacientes assistidos que vieram a falecer com suspeita e/ou confirmação da doença. Cerca de 7,3% já viram morrer entre seis até mais de 20 pessoas.

Fonte: Associação Paulista de Medicina