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Novo teste para detectar diabetes através da urina custa R$ 1,25

Por| Editado por Luciana Zaramela | 09 de Maio de 2023 às 09h45

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Giorgio Trovato/Unsplash
Giorgio Trovato/Unsplash

Para facilitar o tratamento de pacientes com diabetes, cientistas brasileiros trabalham no desenvolvimento de um novo tipo de exame para detectar o nível de glicose (glicemia) através da urina. O custo estimado por teste é de apenas R$ 1,25, o que deve viabilizar a produção em massa da estratégia menos invasiva e indolor.

Hoje, o exame de medição da glicose mais comum para a maioria dos diabéticos é o que implica em uma picada no dedo e uma gota de sangue, oficialmente conhecido como glicosímetro. No entanto, a equipe de cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) defende que a nova estratégia, com um biossensor acoplado, deve facilitar o acompanhamento e o tratamento do diabetes.

Como é feito o novo exame para o diabetes?

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Além de ser um método mais invasivo, os glicosímetros disponíveis no mercado tendem a ser caros, têm curta vida útil e não são biodegradáveis. Em contrapartida, as tiras que detectam glicose na urina por meio de tensão elétrica são muito mais baratas, tendo um custo estimado de menos de dois reais, e são feitas de polímeros biodegradáveis.

Para entender: as nanofibras dos polímeros que compõem as tiras contêm a enzima glicose oxidase. Estas catalisam espontaneamente à glicose da urina, produzindo peróxido de hidrogênio. Com a aplicação de uma tensão elétrica na amostra, o peróxido de hidrogênio é reduzido sobre nanopartículas do pigmento azul da Prússia. Por fim, descobre-se o nível de glicose, já que os sinais de corrente gerados são proporcionais aos níveis de glicose presentes na urina.

Por que usar a urina como medidor de glicose?

“A escolha da urina para esse monitoramento se justifica porque a coleta de amostra é muito mais simples e esse fluido contém uma biblioteca de marcadores de saúde que podem ser explorados em testes clínicos multiuso”, explica Paulo Augusto Raymundo Pereira, professor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP) e coordenador da pesquisa, para a Agência Fapesp.

Testes práticos com o novo medidor de glicose

Publicado na revista científica ACS Sustainable Chemistry & Engineering, o estudo envolvendo o novo biossensor ainda está em fase preliminar. Por enquanto, os autores realizaram apenas um experimento de prova de princípio com um único voluntário. Neste caso, o resultado da medicação na urina foi compatível com o método padrão-ouro, ou seja, aquele feito com uma amostra de sangue.

Agora, mais estudos de validação da tecnologia são necessários. Em paralelo, a equipe aposta que a plataforma desenvolvida pode ser usada para o monitoramento de outras variantes. Só que, novamente, uma nova rodada de pesquisas será imprescindível para o aperfeiçoamento da ferramenta.

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Fonte: ACS Sustainable Chemistry & Engineering e Agência Fapesp