Nova técnica de ultrassom ativa circuitos conectados à retina e devolve a visão
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 14 de Março de 2022 às 08h30
No último dia 22, um estudo publicado na revista científica BME Frontiers apontou uma nova técnica baseada em ultrassom capaz de ativar determinados circuitos neurais conectados ao cérebro e devolver a visão a um paciente com doença degenerativa na retina.
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Os engenheiros da University of Southern California (EUA) que conduziram o estudo afirmam que se trata de um passo em direção a uma prótese de retina não invasiva capaz de funcionar sem a necessidade de cirurgias oculares. Para testar a técnica, o grupo aplicou os estímulos em roedores com deficiência visual, manipulando o ultrassom e focando em uma área específica do olho, de acordo com o que se pretendia.
A abordagem possibilitou ativar pequenos grupos de neurônios, e assim enviar sinais para o cérebro. A ideia dos pesquisadores agora é desenvolver um dispositivo que possa ser utilizado para realizar experimentos em humanos.
Os cientistas notaram que os neurônios emitiam o sinal mais forte quando ativados cerca de cinco vezes por segundo, mas os cérebros humanos têm uma velocidade de cálculo muito maior, então a imagem ainda pode parecer muito irregular. Para resolver essa questão, o grupo acredita que é preciso aplicar uma frequência maior do ultrassom, ativando os neurônios de maneira mais intensa.
Uma empresa chamada Nanoscope Technologies LLC pretende comprar a licença sobre a técnica e fornecer suporte para a realização de futuros experimentos em outros animais, como coelhos e macacos. A expectativa é que experimentos sejam feitos em humanos nos próximos cinco anos.
Fonte: BME Frontiers