Nossa percepção sobre rostos registrados em vídeo muda com a idade
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 18 de Agosto de 2022 às 11h00
A percepção sobre rostos registrados em vídeo muda com a idade, conforme destaca um estudo publicado na revista científica Infancy. Os cientistas destacam as mudanças relacionadas à centralização de um rosto em tela, ou seja, quando a pessoa filmada está no meio da cena.
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Como bebês, crianças e adultos diferem na forma de ver os rostos em um vídeo? Foi com essa pergunta em mente que os pesquisadores selecionaram 79 crianças e 20 adultos para protagonizar alguns experimentos.
Os cientistas descobriram que, com a idade, a importância da centralização de um rosto aumenta. Para chegar a isso, a equipe explorou dois fatores: a saliência do rosto, que é o grau em que um rosto se destaca da cena ao redor, e a centralização.
"Descobrimos que o que se desenvolve com a idade é como os espectadores usam a centralização como uma dica. Adultos olham para rostos que estão centrados na tela provavelmente porque aprenderam com a idade que os diretores de televisão nos mostram personagens importantes centrados na visão. Mais trabalho é necessário para entender o que impulsiona o surgimento da centralização como uma sugestão para olhar o rosto", apontam os autores do estudo.
Os pesquisadores usaram os dados de movimento dos olhos dos participantes para determinar a influência da saliência e centralização como dicas para a aparência do rosto e se a influência dessas dicas mudou com a idade.
Conforme defendem os autores do estudo, compreender o que influencia a atenção aos rostos na mídia de vídeo tem várias aplicações. Os adultos são mais sensíveis a diferentes tipos de informações sobre rostos em programas de televisão em comparação com bebês.
Além disso, esse conhecimento tem implicações para o desenvolvimento de técnicas voltadas a diagnosticar o transtorno do espectro do autismo (TEA). "As pessoas com TEA parecem olhar com menos frequência para rostos em telas em comparação com outos participantes. Saber como a centralização do rosto molda o comportamento e como ele muda com a idade pode ser importante para projetar melhores testes de diagnóstico".
Fonte: Infancy via Medical Xpress