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Mutação ou variante? Veja a estratégia britânica para "adaptar vacinas" da COVID

Por| 04 de Fevereiro de 2021 às 20h40

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Viktor Forgacs/Unsplash
Viktor Forgacs/Unsplash

Se o coronavírus é responsável pela preocupação dos especialistas, as variantes desse vírus acabam gerando ainda mais. Entre as que chamam mais atenção dos cientistas, estão as que foram encontradas no Reino Unido, na África do Sul e aqui no Brasil, uma vez que parecem se espalhar mais rapidamente do que as outras. De acordo com o ministro britânico responsável pela distribuição de vacinas, Nadhim Zahawi, há cerca de 4 mil variantes.

Segundo Zahawi, as atuais vacinas contra a COVID-19 provavelmente não protegem tanto as pessoas contra as novas variantes, mas isso precisaria ser monitorado de perto. “É muito improvável que a vacina atual não seja eficaz nas variantes, especialmente quando se trata de doença grave e hospitalização”, declarou o ministro. “Todos os fabricantes, Pfizer-BioNTech, Moderna, Oxford-AstraZeneca e outros, estão procurando maneiras de melhorar suas vacinas para garantir que estamos prontos para qualquer variante. Existem cerca de 4.000 variantes de COVID em todo o mundo atualmente", ressaltou.

No entanto, Ravi Gupta, professor de microbiologia da Universidade de Cambridge, apontou que Zahawi se referia a mutações individuais, não variantes. “O número de mutações tem pouca relevância real, pois muitas mutações surgem e desaparecem continuamente. Os cientistas estão usando 'variantes' para descrever vírus com mutações que se transmitem na população em geral, e não há 4 mil”, disse.

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O ministro completou que se tem cerca de 50% da indústria mundial de sequenciamento de genoma e estão mantendo uma biblioteca de todas as variantes para que estejamos prontos para responder a qualquer desafio que o vírus possa apresentar e produzir a próxima vacina. A Grã-Bretanha lançou na quinta-feira um teste para avaliar as respostas imunológicas geradas se as doses das vacinas da Pfizer e AstraZeneca forem combinadas em um esquema de duas doses. Os dados iniciais sobre as respostas imunológicas devem ser gerados em junho.

Variantes do coronavírus já vêm surgindo desde o início da pandemia, como a 614G, detectada pela primeira vez no leste da China, ainda em janeiro de 2020, que depois se espalhou rapidamente pela Europa e pela cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos. Em dezembro de 2020, o secretário de Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, anunciou uma nova cepa que seria a responsável pelo aumento de casos da COVID-19. No Brasil, também encontraram variantes, como em São Paulo no fim do ano de 2020 e em Manaus no início de 2021. Ainda no início do ano, Matt Hancock anunciou que a versão sul-africana do vírus é a mais preocupante.

Fonte: Reuters