Mudanças climáticas potencializam doenças neurológicas
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
De acordo com um estudo publicado na revista científica Neurology na última quarta-feira (16), as mudanças climáticas podem potencializar o quadro de determinadas doenças neurológicas. Para chegar a essa informação, os pesquisadores analisaram o total de 364 artigos da área.
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Segundo essa metanálise (justamente um estudo que tem como base as informações publicadas em outros estudos), esses eventos de mudança climática pioram os sintomas relacionados a cefaleia, demência, esclerose múltipla e Parkinson. Por sua vez, o acidente vascular cerebral (AVC) também pode se tornar mais prevalente por conta das alterações no clima.
A razão por trás dessa relação se justifica apor meio dos poluentes transportados pelo ar, principalmente no que diz respeito a nitratos e material particulado fino (PM2.5), diretamente relacionados ao agravamento das condições anteriormente citadas.
" A mudança climática expandiu comprovadamente as condições favoráveis para doenças zoonóticas além das fronteiras tradicionais e representa o risco de doenças em novas populações suscetíveis. Os artigos foram tendenciosos para regiões ricas em recursos, sugerindo uma discordância entre onde a pesquisa ocorre e onde as mudanças são mais agudas", aponta o estudo.
"Como tal, três prioridades principais surgiram para um estudo mais aprofundado; mitigação do risco de doenças neuroinfecciosas, compreensão da fisiopatologia dos poluentes transportados pelo ar no sistema nervoso", continua o artigo.
A equipe declara que mais estudos são necessários para buscar maneiras de reduzir a transmissão de doenças neuroinfecciosas. A comunidade científica também deve se concentrar em entender como a poluição do ar afeta o sistema nervoso.
Fonte: Neurology