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Mudanças climáticas favorecem aumento da dengue na Europa

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Jcomp/Freepik
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As mudanças climáticas têm exportado a dengue para outros países, principalmente no que diz respeito à Europa. Os últimos dados do ECDC (European Centre for Disease Prevention and Control), divulgados na terça (11), mostram um aumento contínuo no número de casos de dengue importados de regiões endêmicas.

“A Europa já está vendo como as alterações climáticas criam condições mais favoráveis ​​para que mosquitos invasores se espalhem em áreas anteriormente não afetadas e infectem mais pessoas com doenças como a dengue", afirma a diretora do ECDC, Andrea Ammon, em nota.

De acordo com a diretora, o aumento das viagens internacionais provenientes de países onde a dengue é endêmica também aumentará o risco de casos importados e, inevitavelmente, também o risco de surtos locais.

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“Medidas de proteção individual combinadas com medidas de controle de vetores, detecção precoce de casos, vigilância e investigação e atividades de sensibilização são fundamentais nas áreas da Europa que correm maior risco”, define a diretora.

Dengue na Europa

O ECDC diz que a partir deste ano, o mosquito Aedes albopictus se estabeleceu na Áustria, Bulgária, Croácia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Itália, Malta, Portugal, Roménia, Eslovênia e Espanha, ao mesmo tempo em que foi introduzido na Bélgica, Chipre, Chéquia, Países Baixos, Eslováquia e Suécia.

Já o Aedes aegypti se estabeleceu em Chipre e em várias regiões ultraperiféricas da União Europeia, como a Madeira (Portugal) e as ilhas francesas das Caraíbas.

Desde 2010, quando foi registado o primeiro surto recente de dengue, ocorreram 48 surtos de dengue transmitidos por vetores.

Entre 2010 e 2017, ocorreram até 3 surtos por ano, 5 surtos em 2018, 7 em 2020, 10 surtos em 2022, e o pico foi observado no ano passado em 2023, com 8 surtos em França, 4 em Itália e 2 em Espanha.

Em 2023, houve 130 casos de dengue adquiridos localmente notificados na União Europeia, e 71 casos foram notificados em 2022.

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"O potencial de estabelecimento dos mosquitos em  outras partes da Europa é preocupante devido à sua significativa capacidade de transmitir agentes patogênicos e à sua preferência por picar seres humanos", afirma o órgão.

Mudanças climáticas

Assim, o ECDC prevê que as alterações climáticas terão um grande impacto na propagação de doenças transmitidas por mosquitos na Europa, através da criação de condições ambientais favoráveis ​​ao estabelecimento e ao crescimento de populações de mosquitos.

O aumento das temperaturas médias globais cria condições mais favoráveis para a sobrevivência e reprodução dos principais vetores da dengue, que preferem climas quentes e úmidos. Com o aquecimento global, eles se estabelecem em regiões que antes eram frias demais para eles. Essas mudanças são inclusive as responsáveis pelas ondas de calor na Europa.

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Fonte: European Centre for Disease Prevention and Control