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Morre a primeira pessoa do mundo a ser curada do HIV; entenda o caso

Por| 02 de Outubro de 2020 às 18h20

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Ave Calvar Martinez/Pexels
Ave Calvar Martinez/Pexels

A primeira pessoa no mundo a ser reconhecida como curada da infecção pelo HIV, Timothy Ray Brown, faleceu na terça-feira (29), com 54 anos. Para muitos, o norte-americano ficou famoso pelo nome de “o paciente de Berlim”, cidade onde realizou o tratamento experimental que conseguiu eliminar o vírus da Aids do seu organismo, ainda em 2007.

A morte do homem que se curou do HIV nada teve a ver com um reaparecimento do vírus em seu organismo e, sim, com o ressurgimento de um câncer, a leucemia. Inclusive, foi por causa deste câncer que Brown se curou do HIV. Isso porque a cura foi resultado de um transplante de médula óssea, vinda de um doador com resistência natural ao vírus da Aids.

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Símbolo na luta contra a Aids

“Timothy simbolizou que é possível, em circunstâncias especiais” curar um paciente do HIV, comentou Gero Huetter, o médico alemão que liderou o histórico e inédito tratamento de Brown, até então nunca cogitado. “É uma situação muito triste”, afirmou Huetter, sobre o fato do câncer ter voltado e tirar a vida do paciente.

"Conhecido como o paciente de Berlim, ele simbolizava a esperança de cura para o HIV. Sua morte nos lembra da necessidade de continuar investindo em uma vacina e cura para apoiar nossa busca pelo fim da Aids", escreveu a Unaids, programa das Nações Unidas para o controle da doença viral, em nota.

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Como aconteceu a cura do HIV?

Brown estava trabalhando em Berlim como tradutor quando foi diagnosticado com HIV e, mais tarde, com leucemia. Para o HIV, o paciente controlava a situação com os antirretrovirais disponíveis, entretanto, para o câncer no sangue, Brown precisaria de um transplante.

O médico responsável pelo seu tratamento, Huetter, planejava, além de tratar o câncer, curar a infecção por HIV. Para esse fim, a ideia seria usar um doador com uma mutação genética rara que dá resistência natural ao vírus. Neste ano, uma norte-americana, a paciente Loreen Willenber, conseguiu se curar espontaneamente do vírus da Aids, a partir dessa resistência natural também.

Agora, retornando ao paciente de Berlim, após o transplante de células-tronco, o médico responsável pelo tratamento verificou que não havia mais o vírus em seu organismo, em 2007. O fato aconteceu porque, através do transplante de células-tronco, o HIV não foi mais capaz de se replicar dentro do corpo do paciente, já que as células imunes originais de Brown foram substituídas pelas dos doadores, que eram resistentes ao agente infeccioso.

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Depois do seu caso, veio a cura de um segundo homem pelo mesmo procedimento, Adam Castillejo, chamado de “o paciente de Londres”, em 2016. No entanto, vale ressaltar que esses doadores são raros e os transplantes são clinicamente arriscados. Mesmo que o método tenha levado a cura do HIV, os pesquisadores não consideram como um tratamento e ainda investigam outras terapias para obter um efeito semelhante. Nessa história, cientistas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) podem ter desenvolvido um outro tipo de tratamento eficiente para a cura do vírus da Aids.

Fonte: The Guardian e Unaids