Moderna: EUA devem aprovar segunda vacina contra COVID-19 nesta semana
Por Fidel Forato | 15 de Dezembro de 2020 às 19h10
Após iniciar a campanha de vacinação contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2) nesta semana, os Estados Unidos ainda devem aprovar uma segunda vacina contra a COVID-19 nos próximos dias. Isso porque o imunizante da farmacêutica Moderna, com tecnologia de RNA mensageiro (mRNA), foi considerado altamente protetor, segundo dados divulgados nesta terça-feira (15) pela agência reguladora Food and Drug Administration (FDA).
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Segundo fontes escutadas pelo jornal The New York Times, a FDA pretende autorizar o uso emergencial da vacina na sexta-feira (18). Essa decisão deverá facilitar a campanha de vacinação já em curso nos EUA, até o momento, com o imunizante desenvolvido pela farmacêutica Pfizer com a empresa de biotecnologia BioNTech, liberada na semana passada. “Esta é uma ótima notícia, pois agora nos leva a dois produtos com altos níveis de eficácia”, comentou Rupali Limaye, cientista da Universidade Johns Hopkins.
O que falta para a aprovação da vacina?
Após revisar os dados compartilhados pela farmacêutica a partir de um estudo clínico de fase 3 envolvendo cerca de 30 mil voluntários, a FDA confirmou a avaliação anterior da Moderna de que a vacina apresenta uma taxa de eficácia de 94,1%. Em outras palavras, as pessoas imunizadas (pelas duas doses da vacina) têm 94,1% menos chances de contrair a COVID-19 do que aqueles que não se vacinaram.
Segundo a avaliação, os efeitos colaterais registrados (febre, dor de cabeça e fadiga) foram considerados aceitáveis e não perigosos, sem efeitos adversos graves. Diante dessas evidências, a FDA confirmou "um perfil de segurança favorável, sem preocupações específicas identificadas que impediriam a emissão de uma autorização de uso de emergência", em documento.
Essa divulgação de dados é a primeira etapa de um processo de revisão pública que incluirá ainda uma reunião, prevista para quinta-feira (17), de um painel consultivo e independente de especialistas. Na ocasião, os especialistas debaterão a segurança e eficácia da vacina contra a COVID-19 com a própria Moderna, os cientistas da FDA e o público, antes de votar se recomendam a autorização. Caso o painel vote de forma favorável, a agência reguladora deve seguir as recomendações e autorizar o seu uso emergencial.
No atual cenário dos EUA, onde mais de 300 mil pessoas já morreram devido à COVID-19, a distribuição de cerca de seis milhões de doses esperadas deve contribuir para o controle de propagação do novo coronavírus. De acordo com as expectativas de autoridades da saúde, o uso deste imunizante poderia começar já na próxima semana.
Onde usar a vacina da Moderna?
Segundo o Dr. Barry R. Bloom, professor de saúde pública de Harvard, os resultados da Moderna e da Pfizer são ótimos e permitirão uma boa imunização dos norte-americanos contra a COVID-19. Isso porque a Moderna demonstrou uma eficácia de 94,1%, enquanto da Pfizer tem 95%
Ambas também não apresentarem efeitos colaterais graves. Em comparação com a vacina da Pfizer, a Moderna apenas relatou maior probabilidade de causar dores de cabeça, inflamação no local da injeção e efeitos colaterais relacionados, de acordo com Bloom. No entanto, isso não deve afetar seus benefícios.
Por outro lado, o imunizante — em vias de ser aprovado — tem alguns benefícios, já que as doses precisam ser armazenadas em temperaturas de -20°C, diferente das da Pfizer (-70°C). Com esse ganho, a vacina da “Moderna é aquela que eu levaria para áreas rurais, centros de saúde comunitários e consultórios médicos privados”, explicou Bloom. Dessa forma, os hospitais e áreas com maior estrutura para refrigeração poderiam comportar melhor a imunização com a Pfizer, atendendo assim todo o país.
Fonte: NYT