Meditação pode ser tão eficaz quanto antidepressivos em conter a ansiedade
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 02 de Janeiro de 2023 às 17h32
Segundo estudo publicado na revista científica JAMA Psychiatry, exercícios de meditação que trabalham a atenção plena (originalmente chamada de mindfulness) podem ser tão eficazes quanto antidepressivos, na hora de conter transtornos como a ansiedade.
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Para fazer essa comparação, os especialistas conduziram experimentos com 208 pacientes, que foram apresentados a tratamentos com um antidepressivo chamado Lexapro ou aulas de meditação, por um período de oito semanas. Em seguida, esses indivíduos participaram de pesquisas de acompanhamento, cuja premissa é medir o nível de ansiedade em uma escala de 1 a 7.
Os participantes que fizeram os exercícios de atenção plena viram suas pontuações de ansiedade caírem em média 1,35 pontos, enquanto aqueles que apenas tomaram antidepressivos viram suas pontuações caírem em média 1,43 pontos. Em termos de significância estatística, ambas as intervenções estão no mesmo nível.
Anteriormente, programas de meditação e mindfulness já mostraram eficácia contra a ansiedade. No entanto, essa comparação com antidepressivos é nova para a ciência, e pode abrir portas para uma nova forma de olhar para esse transtorno e os possíveis tratamentos.
Ansiedade: o que é e como identificar
O Ministério da Saúde define a ansiedade como "aflição, angústia, perturbação do espírito causada pela incerteza, relação com qualquer contexto de perigo". Trata-se de um fenômeno que, em determinadas ocasiões, pode beneficiar, considerando que estimula o indivíduo a entrar em ação. No entanto, em excesso, faz exatamente o contrário, impedindo reações.
Os transtornos da ansiedade costumam desencadear sintomas como preocupações, tensões ou medos exagerados (a pessoa não consegue relaxar), sensação contínua de que um desastre ou algo muito ruim vai acontecer, medo extremo de alguma situação em particular e falta de controle sobre os pensamentos, imagens ou atitudes, que se repetem independentemente da vontade da pessoa.
Fonte: JAMA Psychiatry via Science Alert; Ministério da Saúde