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Médicos fotografam vermes "andando" sob pele de paciente; veja

Por| Editado por Luciana Zaramela | 28 de Abril de 2022 às 10h45

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Felipecaparros/Envato Elements
Felipecaparros/Envato Elements

Uma equipe de médicos espanhóis registrou o movimento das larvas de um parasita — o nematoide Strongyloides stercoralis — em um paciente internado, com o sistema imunológico comprometido. Pelas fotografias, é possível observar os invasores "deslizando" dentro da pele do indivíduo.

Publicado na revista científica New England Journal of Medicine, o relato de caso foi desenvolvido por médicos do Hospital Universitário de Madrid, na Espanha. O paciente foi diagnosticado com estrongiloidíase em sua fase mais grave.

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Apesar do choque que as imagens do caso pode desencadear, a situação do paciente foi controlada. "Após o tratamento com ivermectina oral, a erupção cutânea e a diarreia do paciente diminuíram", explicam os médicos responsáveis.

Larvas em movimento dentro da pele

No relato, foi detalhado o caso de um homem de 64 anos, com câncer no pulmão. Inicialmente, o paciente apresentou erupção cutânea com coceira e diarreia leve, enquanto estava hospitalizado. Ele também recebia medicamentos que afetavam o funcionamento do sistema imune. Basicamente, o indivíduo estava com um alto grau de imunossupressão.

Além disso, os autores do relato contam que "ele trabalhou na gestão de esgoto e viveu toda a sua vida em uma região urbana da Espanha". Aqui, é importante explicar que este tipo de verme parasita, que infecta o intestino, pode passar anos no organismo, sem ser detectado. Então, a invasão poderia ter ocorrido enquanto o indivíduo trabalhava com os dejetos, por exemplo. Posteriormente, as larvas do Strongyloides stercoralis também foram observadas no exame de fezes.

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No caso, o paciente desenvolveu um quadro de hiperinfecção. Esta é uma complicação potencialmente fatal em que a proliferação da larva pode desencadear a sepse e a falência de múltiplos órgãos, mas, por causa do atendimento médico recebido, este não foi o caso.

Entenda o que aconteceu em 24 horas

Inicialmente, as fotos da infecção do paciente podem se parecer com tatuagens malfeitas ou ainda queloides, mas, dificilmente, alguém imaginaria que representavam uma infecção crítica e grave pelo parasita. Como as larvas avançaram pelo corpo, foi possível acompanhar o movimento delas por cerca de 24 horas.

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"As lesões se originaram na região perianal e se espalharam rapidamente para o tronco e membros", explicam os médicos. No início, "as lesões foram delineadas com caneta (painel B); na reavaliação 24 horas depois, foi constatado que eles haviam migrado para longe de seus locais originais (Painel C)", contam sobre a movimentação das larvas.

Fonte: New England Journal of Medicine