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Médicos alertam sobre riscos da teoria de que a variante Ômicron seja "leve"

Por| Editado por Luciana Zaramela | 29 de Novembro de 2021 às 11h25

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Fusion Medical Animation/Unsplash
Fusion Medical Animation/Unsplash

Mais dados e estudos são necessários para afirmar que, de fato, a variante Ômicron (B.1.1.529) do coronavírus SARS-CoV-2 cause sintomas leves nos infectados, conforme defendeu a médica sul-africana Angelique Coetzee, da Associação Médica da África do Sul.

Segundo especialistas, ainda é cedo para fazer qualquer afirmação sobre os possíveis riscos e impactos da nova cepa do vírus da covid-19, principalmente em relação às vacinas.

"Muita desinformação, agora, é divulgada [sobre o fato] de que [a variante] Ômicron é 'leve'. Isso é um absurdo — com base em uma citação fora do contexto. Não caia nessa — ninguém sabe muito ainda. E as hospitalizações ainda estão aumentando nas províncias dominantes mais atingidas pela B.1.1.529 na África do Sul", alertou Eric Feigl-Ding, epidemiologista e economista de saúde.

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"Não sabemos o suficiente sobre a gravidade [da nova variante da covid-19] ainda. E a 'observação clínica' é apenas anedótica — não sistemática —, é anti-epidemiologia e não é baseada em evidências. Vamos esperar pelos dados de gravidade", defendeu o epidemiologista. Eric também é membro sênior da Federação de Cientistas Americanos, nos Estados Unidos.

Por observação anedótica, o especialista explica que a afirmação da médica sul-africana de que a variante Ômicron cause "sintomas leves" em pessoas saudáveis não tem valor científico. Em outras palavras, é algo muito informal e subjetivo — já que a informação foi obtida no atendimento de alguns pacientes — para ser divulgado como uma regra para a nova variante.

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Próximas semanas devem revelar riscos da Ômicron

Sabemos da importância em compreender, de forma rápida, a gravidade da Ômicron — especialmente para indivíduos vacinados e em casos de reinfecções —, "mas é muito cedo para dados confiáveis", afirmou Richard Lessells, infectologista da Universidade de KwaZulu-Natal (UKZN), na África do Sul.

Para Lessells, "as observações dos médicos em campo são sempre importantes e as apoiamos", mas é necessário sermos cautelosos ao afirmar que todos os casos com esta variante são leves. "O ressurgimento de casos em Gauteng é realmente muito recente", destaca.

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"A maior parte da propagação inicial foi entre os jovens, com surtos em universidades", conta o infectologista. "Com o lapso de tempo para que as infecções progridam para a forma grave e hospitalização, esperaríamos ver o impacto nas hospitalizações nas próximas semanas", especula.

De acordo com o médico, a África do Sul possui sistemas de vigilância epidemiológica fortes, como o Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis (NCID); "Estaremos bem posicionados para responder às principais perguntas nos próximos dias e semanas", completa.