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Made in Brazil: novo teste rápido e barato prevê risco de complicações por COVID

Por| 03 de Agosto de 2020 às 20h30

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fernando zhiminaicela/Pixabay
fernando zhiminaicela/Pixabay

Na semana passada, foi publicado um artigo feito por por pesquisadores brasileiros que descreve uma forma de diagnosticar a COVID-19 em cerca de 20 minutos com baixo custo. Trata-se de um sistema que usa algoritmos de inteligência artificial capazes de reconhecer um padrão de moléculas característico da doença em amostras de plasma sanguíneo de pacientes, com possibilidade de identificar os indivíduos com maior risco de desenvolver manifestações graves.

Segundo os pesquisadores envolvidos no projeto, que são da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade de São Paulo (USP), o exame, quando em operação, poderia custar em torno de R$ 40 por amostra. O projeto contou com a participação de 728 pacientes – sendo 369 com diagnóstico de COVID-19 confirmado clinicamente e por RT-PCR.

As amostras foram analisadas em um espectrômetro de massas, capaz de discriminar as substâncias presentes em fluidos corporais, e o conjunto de moléculas encontrado no plasma sanguíneo retrata os diversos processos metabólicos ativos no organismo. O artigo aponta que o método alcançou 97,6% de especificidade (a capacidade de diferenciar a COVID-19 de outras condições de saúde) e 83,8% de sensibilidade (parâmetro que indica o quão sensível o método é para detectar a presença ou ausência da COVID-19) para o diagnóstico da doença no teste cego. A análise de risco para manifestação grave mostrou especificidade de 76,2% e sensibilidade de 87,2%.

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Enquanto a maioria dos testes laboratoriais analisa no sangue os níveis de algumas poucas substâncias, o sistema computacional desenvolvido pela equipe da Unicamp foi capaz de olhar, ao mesmo tempo, para milhares de variáveis e extrair interconexões diretas e cruzadas entre elas: por exemplo, quais substâncias estão aumentadas e quais estão diminuídas em indivíduos com uma determinada doença.

Além da nova metodologia para diagnóstico, o projeto prevê a pesquisa dos mecanismos envolvidos nos distúrbios de coagulação sanguínea – entre eles a alteração na capacidade das plaquetas de se agregarem – que têm sido associados à COVID-19. Essa parte da investigação é coordenada pelo professor da USP José Carlos Nicolau. O trabalho descrito no artigo também conta com apoio da Fapesp por meio de auxílios concedidos à professora da USP Ester Sabino e aos professores da Unicamp Wagner José Fávaro e Fabio Trindade Maranhão Costa.

Fonte: MedRXIV via Agência Fapesp