Longas jornadas de trabalho matam milhares por ano; tendência é piorar
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |

Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) ressaltou as consequências de longas jornadas de trabalho, apontando que, em 2016, 745 mil pessoas morreram de doenças decorrentes justamente desses longos períodos de trabalho. E uma projeção da OMS é que essa tendência pode piorar devido à pandemia.
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O relatório descobriu, inclusive que as pessoas que vivem no Sudeste Asiático e na região do Pacífico Ocidental foram as mais afetadas. Segundo a pesquisa, trabalhar 55 horas ou mais por semana apresentou uma relação com um risco 35% maior de acidente vascular cerebral e 17% maior de morrer de doença cardíaca, em comparação com uma semana de trabalho de 35 a 40 horas, por exemplo. O estudo também mostrou que quase 75% dos que morreram em consequência de longas horas de trabalho eram homens de meia-idade ou mais velhos.
A análise não cobriu o período da pandemia, mas a OMS aponta que a ascensão do trabalho remoto e a desaceleração econômica podem ter aumentado os riscos associados às longas jornadas de trabalho. De acordo com o relatório, trabalhar longas horas foi estimado como responsável por cerca de um terço de todas as doenças relacionadas ao trabalho.
Os pesquisadores mencionam duas maneiras de as horas de trabalho mais longas prejudicarem a saúde: por meio de respostas fisiológicas diretas ao estresse ou porque mais horas significam mais probabilidade de adotar comportamentos prejudiciais à saúde, como uso de tabaco e álcool, menos sono e exercícios físicos, e uma dieta pouco saudável. Cabe dizer que o número de pessoas trabalhando longas horas estava aumentando antes da pandemia, de acordo com a OMS.
Fonte: BBC