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Inédito: cientistas mudam tipo sanguíneo de órgão antes do transplante

Por| Editado por Luciana Zaramela | 15 de Agosto de 2022 às 12h14

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Twenty20photos/Envato Elements
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No Reino Unido, uma equipe de pesquisadores desenvolveu uma nova técnica que poderá facilitar as doações de órgãos, escapando da questão da compatibilidade. Como regra, uma pessoa só pode receber um órgão com o tipo sanguíneo igual ao seu. No entanto, foi possível transformar um rim do tipo sanguíneo B em O durante experimento que levou apenas algumas horas.

Liderada por cientistas da Universidade de Cambridge, a nova técnica ainda deve ser melhor estudada, apesar dos bons resultados preliminares nos três experimentos de mudança de tipo sanguíneo já realizados. Caso se demonstre segura, pode revolucionar a espera por doações de órgãos, eliminando a questão da compatibilidade.

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Vale lembrar que o tipo sanguíneo O é considerado o doador universal, porque pode ser recebido por pessoas do tipo A, B, AB e O, dentro do Sistema ABO. No entanto, ainda é preciso verificar a compatibilidade do Fator Rh, mas já facilitaria significativamente o processo de busca por compatibilidade.

Como foi alterado o tipo sanguíneo?

Para mudar o tipo sanguíneo de um órgão antes do transplante, os cientistas britânicos usaram um máquina de perfusão normotérmica. Basicamente, este é um dispositivo que se conecta a um rim humano e permite que o fluxo sanguíneo continue a ocorrer no órgão, evitando que ele perca todo o oxigênio e "morra". Durante o processo de preservação, o rim recebeu sangue infundido com uma enzima específica.

Segundo os pesquisadores, a enzima agiu como uma “tesoura molecular”. Isso porque ela removeu os marcadores de tipo sanguíneo que revestiam os vasos sanguíneos do rim e, com isso, converteu o órgão no tipo sanguíneo O.

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Com os rins humanos do tipo B, "bombeamos a enzima, através do órgão, usando nossa máquina de perfusão normotérmica. Em apenas algumas horas, convertemos um rim do tipo B em um do tipo O”, explica Serena MacMillan, uma das responsáveis pelo experimento, em comunicado.

Mudança na doação de órgãos

Agora, a equipe de cientistas estuda se o rim do tipo O recém-alterado reagirá ao tipo sanguíneo usual de um paciente em seu suprimento sanguíneo normal. Em outras palavras, o grupo caminha para o início dos estudos clínicos (em humanos) do procedimento.

“Uma das maiores restrições para que um rim doado possa ser transplantado é o fato de que você precisar ser compatível com o grupo sanguíneo”, lembra Mike Nicholson. No futuro, é possível que essa questão se torne irrelevante, caso a nova técnica demostre ser segura.

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Por enquanto, o estudo que detalha como a mudança do tipo sanguíneo dos órgãos correu ainda não foi publicado. A expectativa é que este seja publicado na revista científica British Journal of Surgery nos próximos meses.

Fonte: Universidade de Cambridge