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Inédito! Cientistas criam minicérebros com células de várias pessoas

Por  • Editado por  Luciana Zaramela  |  • 

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Bolaños et al, 2024/Nature
Bolaños et al, 2024/Nature

Caso inédito na ciência: um grupo conseguiu criar minicérebros 3D usando células de várias pessoas. Podemos ver os detalhes desse avanço científico em uma publicação da revista Nature. Os modelos devem ajudar a ver reações a medicamentos antes mesmo que eles sejam testados em ensaios clínicos.

Normalmente, organoides cerebrais são cultivados a partir de células coletadas de apenas um doador. Dessa vez, os cientistas usaram células-tronco de cinco pessoas, e isso resolve uma limitação: agora eles podem capturar a variabilidade genética que existe entre as pessoas.

As novas criações híbridas ganham o nome de "quimeroides", e tentam imitar a estrutura e a função de um cérebro em tamanho real. 

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Para fazer esses quimeroides, os pesquisadores coletaram as células-tronco de cinco pessoas e, em seguida, no laboratório, usaram produtos químicos indutores de crescimento para induzi-las a se transformarem em organoides cerebrais. Veja as imagens disponíveis no artigo científico:

Os organoides foram separados e as células dentro deles foram recombinadas. Assim, cada quimeroide tem um número igual de células derivadas de cada pessoa. 

Crescimento dos minicérebros

Após três meses, os quimeroides tinham cerca de 3 a 5 milímetros de diâmetro e continham todos os mesmos tipos de células normalmente encontradas no córtex de um feto. 

No próprio estudo, os cientistas também expuseram os quimeroides a produtos químicos tóxicos: etanol e ácido valproico. Com base nessas interações, a equipe viu que as células que vieram de diferentes doadores responderam de forma distinta a esses medicamentos.

Por isso, esses minicérebros podem, no futuro, ajudar a determinar como os pacientes responderão aos medicamentos, para que se possa desenvolver tratamentos mais precisos e direcionados.

Minicérebros na ciência

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Os minicérebros ajudam os cientistas a descobrir coisas muito importantes, como reparar lesões. Em estudos com exposições desses organoides à luz, a ciência também pode entender como restaurar regiões cerebrais perdidas ou degeneradas.

O que há de mais recente nesses modelos, com exceção desse atual minicérebro feito com células de várias pessoas, é a interação com a inteligência artificial — um primeiro passo rumo à criação de biocomputadores.

Fonte: Nature