Publicidade

Imunidade à COVID-19 pode durar cinco meses, segundo novo estudo britânico

Por| 19 de Janeiro de 2021 às 19h20

Link copiado!

 fernando zhiminaicela / Pixabay
fernando zhiminaicela / Pixabay

Se a COVID-19 em si ainda é um enigma sendo decifrado dia após dia pela medicina, a imunidade à doença em questão é um assunto mais delicado ainda, que tem sido alvo de muitos estudos, mas sem unanimidade ou consenso entre os cientistas. No entanto, recentemente, uma análise da Public Health England — uma agência governamental que integra o Departamento de Saúde do Reino Unido — sugeriu um período de pelo menos cinco meses.

O estudo da Public Health England (PHE) ainda não foi revisado por pares, mas está de acordo com outras descobertas que mostram que a infecção com SARS-CoV-2 oferece proteção de longo prazo. No entanto, ainda não se sabe exatamente de que tipo de proteção estamos falando.

A PHE descobriu que alguns indivíduos que haviam sido infectados ainda carregavam altos níveis de SARS-CoV-2, o que sugere que eles ainda podem espalhar o vírus para outras pessoas. Um estudo anterior publicado pela revista Science apontou a duração de oito meses, enquanto um estudo publicado em outubro no New England Journal of Medicine apontou que os anticorpos para SARS-CoV-2 duraram pelo menos quatro meses sem muito declínio.

Continua após a publicidade

Os cientistas do PHE que trabalham no estudo concluíram que a imunidade adquirida naturalmente como resultado de infecções anteriores fornece 83% de proteção contra a reinfecção, em comparação com pessoas que não tiveram a doença antes, o que parece durar pelo menos cinco meses. Embora o estudo continue a avaliar se a proteção pode durar mais tempo, isso significa que as pessoas que contraíram a doença no início da pandemia podem estar vulneráveis ​​a contrair de novo.

Entre 18 de junho e 24 de novembro, os cientistas detectaram 44 reinfecções em potencial dentre 6.614 participantes com teste positivo para anticorpos. A análise também alertou que, embora aqueles com anticorpos tenham alguma proteção contra COVID-19, as evidências iniciais do próximo estágio do estudo sugerem que alguns desses indivíduos carregam altos níveis de vírus e podem continuar a transmitir a doença para outros.

"Portanto, é fundamental que todos continuem a seguir as regras e fiquem em casa, mesmo que já tenham tido COVID-19, para evitar a propagação do vírus a outras pessoas. Lembre-se de lavar as mãos regularmente, usar coberturas para o rosto e abrir espaço para outras pessoas para ajudar a reduzir a probabilidade de transmissão do vírus", apontou a pesquisa.

Continua após a publicidade

A professora Susan Hopkins, consultora médica sênior da Public Health England e líder do estudo, afirmou que esse trabalho forneceu a imagem mais clara até o momento da natureza da proteção do anticorpo contra COVID-19. "Mas é fundamental que as pessoas não entendam mal essas descobertas iniciais. Agora sabemos que a maioria das pessoas que tiveram o vírus e desenvolveram anticorpos estão protegidas contra reinfecção, mas isso não é total e ainda não sabemos quanto tempo dura a proteção. Crucialmente, acreditamos que as pessoas ainda podem transmitir o vírus", declarou.

Os cientistas estão atualmente estudando se a proteção pode durar mais tempo além dos cinco meses. O estudo continuará a acompanhar os participantes por 12 meses para explorar quanto tempo qualquer imunidade pode durar, a eficácia das vacinas e até que ponto as pessoas com imunidade são capazes de carrear e transmitir o vírus.

Fonte: Public Health England via Popular Science