Reforço! IA ajuda a enfrentar déficit de atenção e hipeartividade em crianças
Por Fidel Forato | •
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade - mais conhecido como o TDAH - afeta, principalmente, o desempenho e a capacidade de crianças aprenderem ao longo da vida. Só no Brasil, o distúrbio atinge de 3% a 5% das crianças em idade escolar e sua prevalência é maior entre os meninos, segundo a Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA).
Já nos Estados Unidos, a incidência deste distúrbio cerebral, que causa inquietação aos pacientes e dificulta a concentração, afeta mais de 8% das crianças, de acordo com a American Psychiatric Association (APA).
Estudando formas de melhor detectar a condição, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Cincinnati, em Ohio, nos Estados Unidos, desenvolveu técnica inédita com Inteligência Artificial (IA) para identificar - de maneira mais eficiente - TDAH em pacientes jovens. Para isso, os pesquisadores usam a Inteligência Artificial e analisam imagens do cérebro feitas em exames de ressonância magnética.
De acordo com o artigo publicado na revista Radiology: Artificial Intelligence pelo grupo, o método desenvolvido também pode ser usado na detectação de outras condições neurológicas.
Como funciona?
Pesquisas mais recentes sugerem que alguns tipos de colapso nas conexões entre as diferentes regiões do cérebro, no chamado conectoma - espécie de mapa com as ligações neurais do sistema nervoso - causam TDAH. As atuais varreduras de ressonância magnética já são capazes de detectar qualquer interrupção nessa rede, mas reconhecer o padrão responsável por um caso de TDAH era, até então, muito mais difícil.
Para isso, a equipe desenvolveu método que utiliza um modelo com IA e Deep Learning que pode analisar vários mapas de conectoma, em diferentes regiões do cérebro. A partir dos testes, o modelo "melhorou consideravelmente o desempenho da detecção de TDAH ao analisar um conjunto de dados de 973 participantes, como explicado pelo autor Lili Ele, da Universidade de Cincinnati.
Para os pesquisadores, a tecnologia deve ajudar no reconhecimento precoce do TDAH, o que deve reduzir o impacto da síndrome durante a vida dos pacientes. Isso porque, quanto mais cedo descoberto, mais rápido pode ser estimulado o cérebro da pessoa afetada. A partir daí, será possível utilizar uma combinação de medicamentos, psicoterapia e exercícios específicos para seu desenvolvimento.
Além dos casos de TDAH, “este modelo pode ser generalizado a outras deficiências neurológicas”, explicou a equipe repsonsável pelos testes, que trabalha no Cincinnati Medical Center Hospital. “Nós já usamos [ o modelo de IA] para prever a deficiência cognitiva em bebês prematuros. Nós os digitalizamos, logo após o nascimento, para prever os resultados do desenvolvimento neurológico aos dois anos de idade”.
Fonte: Futurism e Ministério da Saúde