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Hospitais privados de SP registram aumento de internações por COVID-19; entenda

Por| 12 de Novembro de 2020 às 15h50

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fernando zhiminaicela/Pixabay
fernando zhiminaicela/Pixabay

Sem uma vacina ou métodos eficientes de controle, o novo coronavírus (SARS-CoV-2) continua a ser uma questão de saúde pública em todo o mundo, inclusive no Brasil. Nesse cenário, a cidade de São Paulo enfrenta uma alta de casos entre a população da classe média e hospitais privados registram um aumento de internações devido à COVID-19 nas últimas semanas. Por outro lado, os atendimentos por causa da infecção, na rede pública, estão estacionados.  

Entre os hospitais privados da cidade que registraram um aumento no número de internações devido ao coronavírus está o Hospital Sírio-Libanês. Em outubro, o número de pacientes internados era 80 e, agora, são 120. Inclusive, esse é o mesmo número registrado em abril, quando a epidemia da COVID-19 atingia a sua fase mais aguda na capital. Do total de pacientes internados, 50 estão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Além do Sírio-Libanês, o HCor e o Hospital São Camilo também registraram aumento, mas em menor grau.

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Em análise sobre o aumento de ocupações de leitos devido à COVID-19, o especialista em saúde pública e membro do Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiológica do Hospital Universitário da USP, Márcio Sommer Bittencourt, explica: "A partir do dia 12 de outubro houve reversão de tendência, parou de reduzir o número de casos, internações e mortes e voltou a aumentar em vários locais". De acordo com os dados levantados, esse cenário é visto primeiro nos leitos privados da capital.

O que significa o aumento de internações por coronavírus?

Mesmo que haja esse aumento de internações de pacientes com a COVID-19, até o momento, "o crescimento observado é lento e gradual", explica o especialista em saúde pública. Ou seja, uma importante diferença entre os meses mais agudos da epidemia e o atual cenário, é que esse novo movimento não demonstra sinais de aceleração, como ocorreu em abril.

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Além disso, o monitoramento da rede privada de hospitais também verificou uma alta no número de pacientes em prontos-socorros por suspeita de infecção pelo coronavírus, comenta Bittencourt. "O aumento de infecções é principalmente entre os mais jovens, grupo que está mais cansado do isolamento social e tem menor chance de evoluir para quadro grave", afirma. Caso o cenário se intensifique, hospitais podem retomar leitos exclusivos para a COVID-19, por exemplo.

Uma das limitações dessas análises é a amostragem, já que não existe um banco de dados público sobre ocupação na rede privada de saúde. Dessa forma, as informações dependem de divulgação voluntária de cada unidade. Para este levantamento, foram considerados sete hospitais particulares da capital.

Independente disso e observando o quadro brasileiro no enfrentamento do coronavírus, o especialista em saúde pública ressalta que pioram as métricas na cidade e na grande São Paulo, bem como incidência em outros estados:

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Indícios de uma segunda onda da COVID-19?

Mesmo que esse aumento possa trazer um alerta, os dados de internações não são suficientes para justificar uma segunda onda da COVID-19. Nesse sentido, a Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Fehoesp) explica que ainda é cedo para afirmar que houve aumento de casos. Isso porque, em São Paulo, há 116 hospitais privados, sem contar os filantrópicos. No entanto, a Fehoesp não conta com um levantamento completo da situação epidemiológica da capital.

Já o presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp), Francisco Balestrin, pondera: "Nesses hospitais, até onde se tem notícia, os dados indicam que o número de internações aumentou, mas isso não quer dizer que esse aumento possa e deva, necessariamente, ser um indicativo de que vai acontecer na cidade e no Estado de São Paulo como um todo".

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De acordo com Balestrin, também não é possível afirmar a chegada de uma segunda onda da COVID-19. "Em março e abril, foram esses hospitais que começaram a ter aumento de pacientes, porque o vírus começou a pegar nas pessoas de classes A e B”, explica para o Estadão. “Esse mesmo grupo socioeconômico, de alguma forma, está se expondo mais agora, desrespeitando o distanciamento social, o uso de máscara, aparentemente sendo displicente com isso", completa.

Segundo a professora de infectologia da Unicamp, Raquel Stucchi, "agora, possivelmente, temos pessoas que estavam em home office e circularam menos, mas começaram a sair sem os cuidados devidos, expondo-se ao vírus". Dessa forma, é preciso acompanhar como a epidemia seguirá nas próximas semanas, sempre mantendo as medidas necessárias contra o contágio do coronavírus.

Fonte: Estadão