Fugini | Anvisa suspende a venda de alimentos da marca, como maionese
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela | •

Após identificar falhas graves de boas práticas em fábrica, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou, na noite de quarta-feira (29), a suspensão da fabricação, comercialização, distribuição e uso de alimentos da marca Fugini em estoque. Em especial, a decisão aponta para lotes de maionese que teriam sido produzidos com ingredientes vencidos. Na tarde desta quinta-feira (30), a empresa assumiu que teria usado um único ingrediente fora da validade, por "erro operacional".
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Fundada em 1996, a marca Fugini é conhecida no Brasil pela produção de molhos de tomate, conservas vegetais e outros molhos, como maioneses e mostardas. A fábrica vistoriada está localizada na cidade de Monte Alto, no interior de São Paulo.
Por que a Anvisa proibiu a venda de produtos da Fugini?
A Resolução (RE) 1028/2023 que suspende a venda dos alimentos da Fugini foi publicada após identificação de “falhas graves de boas práticas de fabricação relacionadas à higiene, controle de qualidade e segurança das matérias-primas, controle de pragas e rastreabilidade, entre outras”, detalha a Anvisa. Medida vale apenas para o que há em seu estoque, dentro da fábrica.
Esta iniciativa foi preventiva e não tem um prazo pré-definido para ser concluída. A questão depende exclusivamente de quando a fábrica irá adequar os seus processos, conforme exige a Anvisa.
Maionese da Fungini e o ingrediente vencido
Nesta quinta-feira (30), a Anvisa também deve publicar a RE 1.051, voltada especificamente para os lotes de maioneses da marca Fugini, produzidos em Monte Alto. Será proibida a venda das maioneses com vencimento em janeiro, fevereiro ou março de 2024. A decisão se estende também para os lotes que irão vencer em dezembro de 2023, com numeração iniciada por 354.
“A medida foi adotada em razão do uso de matéria-prima vencida na fabricação da maionese”, pontua a Anvisa. Para ser mais específico, os produtos mencionados contêm um tipo de corante natural, o urucum, que estava fora do prazo de validade. Independente da quantidade, no entendimento da agência, baseado no Código de Defesa do Consumidor, “alimentos vencidos, incluindo suas matérias-primas, são considerados impróprios para o consumo, e a sua exposição à venda ou ao consumo é considerada infração sanitária”.
Tanto estabelecimentos comerciais quanto consumidores que tiverem os lotes da maionese citados na resolução não devem utilizá-los. A recomendação é que entrem em contato com a Fugini para que os alimentos sejam recolhidos.
Resposta da marca sobre as alegações
Em oposição, a Fugini negou as acusações e classificou as informações divulgadas como “incorretas”, sem citar nominalmente a Anvisa, em post publicado na quarta-feira (29), através de sua conta no Instagram. No entanto, o posicionamento da marca mudou nesta tarde, quando assumiu o erro e anunciou um recall das maioneses citadas na decisão da Anvisa.
"Estamos providenciando um RECALL do produto MAIONESE com marca FUGINI produzida na planta de Monte Alto/SP no período de 20/12/2022 a 21/03/2023, ou seja, cujo prazo de validade seja dezembro de 2023, com número de lote iniciando-se a partir do número 354, e qualquer lote com prazo de validade em janeiro, fevereiro ou março de 2024", afirma o novo comunicado.
Na mesma nota, a empresa se justifica: "Por um erro operacional, esse lote de produtos [de maionese] foi fabricado com adição do ingrediente urucum (agente natural para dar cor ao produto) que representa 0,003% da formulação que estava fora da sua data de validade".
Sobre a questão das falhas graves de boas práticas apontadas pela Anvisa, a empresa comenta que "mesmo não concordando com algumas alterações determinadas, respeitamos e, rapidamente, alteramos os pontos indicados". A seguir, confira o mais recente comunicado, na íntegra:
Fonte: Anvisa