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Formigas produzem substância para tratar as próprias feridas

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Judy Gallagher/Wikimedia Commons
Judy Gallagher/Wikimedia Commons

Em estudo publicado na Nature Communications, pesquisadores da Université de Lausanne (Suíça) relataram a descoberta de que as formigas de uma espécie chamada Megaponera analis são capazes de produzir uma substância antimicrobiana, para tratar as próprias feridas.

Essas formigas podem determinar quando as feridas estão infectadas e tratá-las adequadamente com as proteínas secretadas pela glândula metapleural. Segundo o artigo, as operárias da espécie cuidam dos ferimentos das companheiras, o que é comum porque essa formiga se alimenta exclusivamente de espécies de cupins que costumam lutar.

As operárias feridas são levadas de volta ao ninho, onde outras operárias tratam de seus ferimentos, lambendo e limpando a ferida durante as primeiras três horas após a lesão. Quando as feridas das operárias feridas não são tratadas pelos companheiros de ninho, 90% das operárias feridas morrem dentro de 24 horas após a lesão.

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Os pesquisadores descobriram que a bactéria gram-negativa Pseudomonas aeruginosa causou infecções letais nas formigas operárias feridas. As infecções estavam associadas a alterações específicas nas substâncias secretadas pelo exoesqueleto, permitindo que as companheiras diagnosticassem o estado de infecção e aplicassem o tratamento antimicrobiano apropriado.

Na ocasião, os cientistas também identificaram 112 compostos químicos e 41 proteínas na secreção da glândula metapleural das formigas, metade dos quais tinham propriedades antimicrobianas ou cicatrizantes. 

Considerando que o principal patógeno nas feridas das formigas também é uma das principais causas de infecção em humanos, com várias cepas sendo resistentes aos antibióticos, os pesquisadores imaginam que futuros estudos podem ajudar a encontrar tratamentos eficazes.

Formigas e saúde

Anteriormente, cientistas descobriram outro potencial desses insetos na área da saúde: formigas podem detectar câncer em amostras de urina, através de receptores olfativos nas antenas. 

Fonte: Nature Communications