Formigas podem detectar câncer em amostras de urina

Para a medicina, qualquer forma de detectar câncer o quanto antes já representa uma grande aliada nessa batalha incessante. Em estudo publicado na última quarta-feira (25) na revista Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences, uma equipe destacou o potencial das formigas, de detectar o câncer em amostras de urina através do olfato.

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Justiça seja feita: as formigas não têm nariz. No entanto, elas contam com receptores olfativos nas antenas, o que ajuda a detectar comida ou parceiros. No novo experimento, os cientistas conduziram uma espécie de formigas chamada Formica fusca para encontrar câncer através desses receptores.

Para isso, o grupo inseriu amostras de tumores de câncer de mama em camundongos e colocou as formigas diante da urina desses roedores, em uma placa de Petri. Conforme aponta o estudo, essas formigas passaram 20% mais tempo próximas a amostras de urina contendo tumores cancerígenos do que urina saudável, de acordo com o estudo.

O que acontece é que as células tumorais contêm compostos orgânicos voláteis, que podem ser usados como biomarcadores de câncer. Atualmente, a forma como se faz o diagnóstico do câncer é invasiva, com a coleta de sangue, biópsia ou colonoscopia, por exemplo. Por isso, esse tipo de estudo pode fornecer um pequeno vislumbre de um futuro em que os animais ajudem a chegar a um diagnóstico de forma mais simples.

Animais ajudam a detectar câncer

Estudos anteriores já colocaram cães para farejar câncer, com direito a 91,8% de precisão. Os cientistas por trás do artigo defendem que o câncer é uma modificação biomolecular que exala um cheiro imperceptível para o homem, mas não para os cães. No entanto, a própria comunidade científica reconhece que uma desvantagem de contar com os cães é que, apesar de eficientes, eles são lentos para aprender, e podem levar meses.

Com isso, a ideia é que as formigas sejam uma opção mais rápida na detecção do câncer. Mas é claro que esses estudos ainda têm toda uma jornada pela frente até que se possa confiar em um diagnóstico dessa maneira. Por enquanto, o que vale é ficar atento às futuras descobertas.

Fonte: Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences via Live Science