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Fiocruz investiga transmissão da monkeypox por superfície contaminada no Brasil

Por| Editado por Luciana Zaramela | 14 de Outubro de 2022 às 11h08

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Stokkete/Envato
Stokkete/Envato

Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e de outros centros brasileiros de pesquisa relatam o caso de duas enfermeiras que teriam sido contaminadas pela varíola dos macacos (monkeypox), a partir do contato com superfícies contaminadas. As profissionais da saúde não tiveram contato, sem proteção, com o paciente infectado, mas contraíram a doença. A principal hipótese é de que tocaram em algo que estava contaminado.

O estudo foi publicado como preprint — aguarda a revisão por outros pares — na revista científica Emerging Infectious Diseases. Diante da descoberta, os autores recomendam novos protocolos de segurança para profissionais da saúde que lidam com pacientes da varíola dos macacos.

Vale lembrar que, até o momento, a transmissão da monkeypox por superfícies contaminadas não foi encarada como um risco à saúde. Isso porque a maioria dos casos documentados da doença envolve contato direto com as erupções de alguém doente ou alguma forma de contato íntimo, como o sexo. Em paralelo, estudos já apontam evidências sobre o risco da transmissão sexual do vírus.

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Entenda o caso das enfermeiras que contraíram a monkeypox devido a superfícies contaminadas

No relato de caso, os pesquisadores detalham como foi o atendimento das enfermeiras ao paciente, onde, de forma acidental, foram contaminadas pela monkeypox. As profissionais de saúde chegaram à casa do indivíduo, vestindo equipamentos de proteção (óculos, aventais e máscaras), exceto as luvas.

No período de entrevista com o paciente, as enfermeiras não usavam luvas. Este equipamento somente foi colocado, após esterilização das mãos, na hora da coleta das amostras. Ambas as profissionais foram embora com as luvas. Passados 5 dias do atendimento, estavam infectadas pela varíola dos macacos.

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"As profissionais de saúde não tiveram contato com outros casos suspeitos ou confirmados da varíola dos macacos antes do dia ou durante os 4 dias após a coleta de amostras do paciente. Além disso, no dia da visita do paciente, elas não apresentavam lesões cutâneas conhecidas, rupturas na pele ou arranhões", detalham os autores do estudo.

Como teria ocorrido a infecção pela varíola dos macacos?

A partir do caso, os autores do estudo entendem que as enfermeiras podem ter se contaminado pelo contato com superfícies infectadas na casa deste paciente — afinal, ele estava no pico de transmissão viral da varíola dos macacos. Outra possibilidade envolve o manuseio da prancheta ou da caixa de amostras, que mantiveram o vírus vivo em suas superfícies.

“Trazer à luz esse evento de transmissão por meio de superfície é importante para aprimorar as recomendações públicas voltadas para a proteção tanto dos profissionais de saúde que lidam diretamente com esses pacientes, como dos familiares e outras pessoas envolvidas nesse cuidado”, afirma Gabriel Wallau, pesquisador da Fiocruz Pernambuco e um dos autores do estudo, em comunicado.

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Fonte: Emerging Infectious Diseases e Agência Fiocruz