Novo estudo reforça evidências sobre transmissão sexual da varíola dos macacos
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 03 de Outubro de 2022 às 12h30
Em um novo estudo publicado na revista The Lancet Infectious Diseases, cientistas reforçaram evidências acerca da varíola dos macacos (monkeypox) transmitida sexualmente. No artigo, os pesquisadores avaliaram os pacientes infectados na França. A ideia era entender a distribuição do vírus no organismo.
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Conforme aponta o estudo, o vírus se espalha através do contato com fluidos corporais, gotículas respiratórias e lesões. A varíola dos macacos também é transmitida através da atividade sexual, e compreender como o vírus se espalha é crucial para controlar sua transmissão.
Todos os pacientes envolvidos no estudo apresentavam lesões cutâneas e metade apresentava lesões localizadas próximas à genitália/ânus. Ao todo, foram coletadas 249 amostras. A detecção do vírus foi mais frequente na pele (88%), garganta (77%) e ânus (71%) do que no sangue, urina ou sêmen.
O artigo também comenta a participação de cinco pacientes com vírus indetectável em amostras de pele, mas com resultado positivo em amostras anais ou de garganta. Mais da metade das amostras de sêmen foram positivas.
Além disso, amostras de lesões de pele apresentaram cargas virais significativamente maiores do que amostras de garganta, sangue ou sêmen. Da mesma forma, uma alta carga viral foi observada em sêmen de pacientes com lesões genitais, amostras anais de pacientes com úlceras anais e amostras de garganta de pacientes com amigdalite.
A maioria dos pacientes relatou múltiplos parceiros sexuais nos últimos 21 dias, e a maioria das amostras de sêmen foi positiva para o vírus, sugerindo um possível modo de transmissão através de secreções sexuais masculinas.
Como o vírus também foi detectado em amostras anais e orofaríngeas, isso reforçou a evidência de transmissão por atividade sexual anal e oral. No geral, as descobertas contribuem para a crescente evidência de transmissão da varíola dos macacos ligada à atividade sexual.
Fonte: The Lancet via News Medical