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Fiocruz começa a testar drones para transporte de material biológico

Por  • Editado por Luciana Zaramela |  • 

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Prostock-studio/Envato
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Para transportar materiais biológicos, como amostras do vírus da covid, o padrão brasileiro é o uso do transporte terrestre entre pontos de coleta e laboratórios. Agora, um novo projeto da Fiocruz Brasília quer modificar essa regra e começou a realizar os primeiros experimentos com o uso de drone. Por enquanto, os drones decolaram somente com caixas vazias, mas, na próxima fase, isso deve mudar.

Segundo os responsáveis pelo projeto da Fiocruz, a iniciativa de usar drones pode transformar a maneira como é feita a logística desse tipo de material no Brasil, além de ter grande potencial comercial. Aqui, vale lembrar que o país é continental e nem todas as áreas são facilmente acessíveis por via terrestre, como cidades no interior ou ainda aldeias indígenas.

Além da Fiocruz Brasília, o projeto que busca viabilizar o transporte de materiais biológicos, de forma segura, conta com parceria da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF), da Softex e da H4ndsLab.

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Entenda o projeto da Fiocruz

A iniciativa que planeja usar drones no transporte de materiais biológicos começou com Izabela Gimenes, do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz). Em estudo, a pesquisadora precisava coletar córneas de bois que estavam a uma distância de 200 km do laboratório. Por causa do trajeto, era inviável analisar as amostras em um intervalo de quatro horas, como era recomendado.

Desde então, Gimenes está envolvida no projeto com drones. No momento, foram feitas simulações com caixas de transporte vazias. Apesar disso, a demonstração utilizou o condicionamento em situação real, com controle de temperatura refrigerada, de altitude e de umidade, e rastreamento.

Nesta prova de conceito, o drone percorreu 8,2 km em 16 minutos. Para comparar, o mesmo trajeto seria feito em 40 minutos por um carro. Outra vantagem é o custo, que seria 28% menor, segundo a equipe responsável.

Mais testes com drones devem ser feitos pela Fiocruz

Agora, a próxima etapa da pesquisa da Fiocruz envolve usar drones para o transporte de amostras de vigilância genômica da covid-19 e da tuberculose, que, posteriormente, serão usadas em análise. Por ser um material bastante sensível, é preciso manter as variáveis da caixa de transporte controladas. No momento, a solicitação do experimento ainda está em fase de preparação.

No futuro, "esse projeto pode ser importante também no transporte de órgãos para transplante ou na entrega de sangue, por exemplo. Acreditamos que ele possa acelerar o desenvolvimento de soluções para instituições de pesquisa, laboratórios e hospitais, entre outros”, completa Luis Eduardo Ludgero, fundador da H4ndsLab e da Scilog, em nota da Agência Fiocruz.

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Ainda pensando no transporte de materiais biológicos e de medicamentos, uma equipe de cientistas do Instituto Tecnológico Federal Suíço de Zurique anunciou recentemente ter desenvolvido um hidrogel que mantém vacinas estáveis em um calor de até 65 ºC. Invenções como essa e o uso de drones podem aumentar ainda mais o acesso à saúde.

Fonte: Agência Fiocruz