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Cientistas da USP conseguem medir a agressividade de 11 tipos de câncer com IA

Por  • Editado por Melissa Cruz Cossetti |  • 

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Divulgação/Agência FAPESP
Divulgação/Agência FAPESP

Uma ferramenta criada por cientistas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), com o auxílio da inteligência artificial (IA), se mostrou capaz de medir a agressividade do câncer. Os resultados da pesquisa foram publicados no periódico científico Cell Genomics.

A plataforma, chamada PROTsi, demonstrou a capacidade de prever a agressividade de alguns tipos de tumor por meio da análise de proteínas específicas, gerando um índice de "stemness" que varia de zero (baixo) a um (alto).

O grau de stemness indica o quanto as células de um tumor se assemelham a células-tronco, já que compartilham a capacidade de originar diferentes tipos celulares.

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À medida que a doença avança, essas células cancerígenas tendem a se tornar menos parecidas com o tecido de origem, adquirindo um aspecto mais indiferenciado e a habilidade de se multiplicar indefinidamente.

Dados de 11 tipos de câncer

Os cientistas da USP utilizaram dados do Consórcio de Análise Proteômica Clínica de Tumores (CPTAC, na sigla em inglês), relacionados a 11 tipos diferentes de câncer, para desenvolver o índice de stemness com base na PROTsi. Os pesquisadores tiveram como alvo os seguintes tipos de câncer:

  • Mama
  • Pulmão
  • Rim
  • Útero
  • Cérebro (pediátrico e adulto)
  • Cabeça
  • Pescoço
  • Cólon
  • Pâncreas
  • Carcinoma de células escamosas
  • Adenocarcinoma

A partir da combinação desses dados com informações sobre as proteínas presentes em 207 células-tronco pluripotentes — células capazes de se transformar em quase todos os tipos de tecido do corpo —, os pesquisadores identificaram proteínas associadas à maior agressividade de alguns tumores.

Com isso, essas moléculas podem se tornar alvos para o desenvolvimento de novos tratamentos contra o câncer. A ferramenta também pode contribuir para tornar as terapias mais personalizadas no combate à doença.

“Muitas dessas proteínas já são alvos de medicamentos disponíveis no mercado para pacientes com câncer e outras doenças. Elas podem ser testadas em estudos futuros a partir dessa identificação. Chegamos a elas ao associar o fenótipo de stemness à agressividade tumoral”, explica à Agência FAPESP Tathiane Malta, professora do Laboratório de Multiômica e Oncologia Molecular da FMRP-USP e uma das autoras do estudo.

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Detecção de diferentes níveis de agressividade tumoral

A ferramenta desenvolvida pelos pesquisadores da USP, em parceria com cientistas da Universidade de Ciências Médicas de Poznań (Polônia), obteve resultados positivos em todos os tipos de câncer, mas os melhores resultados foram observados nas análises de câncer no útero, cabeça e pescoço.

“Buscamos montar um modelo que possa ser aplicado a qualquer tipo de câncer, mas observamos que ele funciona melhor para alguns casos do que para outros. Estamos disponibilizando uma base de dados para trabalhos futuros”, destaca Malta.

Confira o estudo na íntegra no Cell Genomics

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Fonte: Agência FAPESP

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