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Experimento na ISS vai ver se células cancerígenas morrem na microgravidade

Por| 04 de Setembro de 2019 às 08h40

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Experimento na ISS vai ver se células cancerígenas morrem na microgravidade
Experimento na ISS vai ver se células cancerígenas morrem na microgravidade

A cura para o câncer é o “Santo Graal” dos pesquisadores de medicina de todo o mundo, e um time de cientistas da Austrália está estudando um método nada convencional de tratamento: mandar a doença para o espaço.

Essa ideia surgiu após a descoberta recente de que, ao serem sujeitas a um ambiente de microgravidade criado em laboratório, a maior parte das células cancerígenas de um organismo que estava sendo estudado morreram sem a necessidade de qualquer tipo de tratamento.

Por isso, uma equipe de cientistas da Universidade de Tecnologia de Sydney (Austrália) quer enviar amostras de células cancerígenas para a Estação Espacial Internacional (ISS) com o objetivo de testar se células cancerígenas realmente morrem em ambientes de microgravidade, ou se os resultados obtidos em laboratório não passaram de coincidência.

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Segundo os cientistas australianos, uma possível explicação para a morte dessas células seria a de que, inseridas em um ambiente de microgravidade, as células cancerígenas perderiam a capacidade de se comunicar entre si e saber o que acontece no ambiente à sua volta.

Em entrevista para a ABC News, Joshua Chou - pesquisador que lidera o experimento de mandar amostras de cânceres para a ISS - explicou que, quando colocadas em ambientes de baixa gravidade, as células experienciam uma condição chamada de descarregamento mecânico. Isso quer dizer que a falta de uma força padrão (a gravidade) afeta não apenas a capacidade de movimento da célula, mas até mesmo o funcionamento e a capacidade dela de sobreviver.

Por enquanto, o plano da equipe é gastar cerca de US$ 200 mil para enviar uma caixa cheia de células cancerígenas de fígado vivas para a ISS em 2020, e assim conseguir uma melhor compreensão de como a microgravidade afeta o ciclo de vida delas. Mesmo que o experimento seja bem sucedido, Chou pede cautela, já que a microgravidade não deverá ser a tão esperada cura para o câncer, mas sim apenas um facilitador a ser usado junto com outros tratamentos (como a quimioterapia, por exemplo) como forma de aumentar a eficácia desses procedimentos.

Fonte: ABC News