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Estudo investiga eficácia combinada de vacina com imunizante nasal para covid

Por| Editado por Luciana Zaramela | 04 de Fevereiro de 2022 às 13h50

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CDC/Unsplash
CDC/Unsplash

A vacinação ideal contra a covid-19 poderá, num futuro próximo, ser composta por uma dose intramuscular do imunizante — aquela que é aplicada com a agulha no braço — e uma dose de reforço através de um spray nasal. É o que sugere uma equipe de cientistas chineses, após concluírem testes com roedores. Ainda é necessário validar as descobertas em humanos.

Publicado na revista científica EBioMedicine, o estudo sobre a imunização combinada contra o coronavírus SARS-CoV-2 foi liderado por pesquisadores da Universidade de Hong Kong. A ideia é que esta forma de vacinação possa não apenas proteger contra doenças graves, mas também reduzir o risco de infecções leves ou assintomáticas, já que impede o vírus de invadir a mucosa nasal.

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De acordo com os autores do estudo, um ponto fraco das injeções intramusculares é sua incapacidade de "bloquear" o coronavírus no local primário da infecção, ou seja, as mucosas do nariz. No modelo animal, a vacina nasal consegue aumentar a atividade de anticorpos em todo o sistema respiratório e, consequentemente, apoiar a proteção a longo prazo contra infecções.

Como funciona a vacinação combinada contra covid?

No estudo chinês, a injeção intramuscular usa moléculas de DNA. Segundo os autores, a ação é semelhante ao mRNA (RNA mensageiro) das fórmulas da Pfizer e da Moderna. Isso porque os imunizantes expõem o organismo à proteína spike (S) do coronavírus e, a partir dele, o sistema imunológico produz anticorpos neutralizantes que protegerão contra infecções futuras.

Para o reforço, a vacina é aplicada através de um spray nasal. A equipe de pesquisadores construiu um vetor viral — no caso, o vírus influenza —, editado geneticamente para conter fragmentos do coronavírus. Quando chega até a mucosa, desencadeia o mesmo processo da vacina intramuscular e promove a produção de anticorpos.

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Resposta imunológica

Na pesquisa, os cientistas observaram que a estratégia de vacinação mais bem sucedida consistia em aplicar, inicialmente, a vacina intramuscular. Após 21 dias, os roedores receberam um reforço intranasal do imunizante. Isso levou ao aumento da imunidade da mucosa, principalmente, nos tecidos da região da nasofaringe. Além disso, favoreceu a imunidade sistêmica nas vias respiratórias superiores e inferiores.

Segundo os autores, quando os animais foram posteriormente expostos à covid-19, nenhum dos roedores que passou por essa estratégia de imunização apresentou quantidade detectável do coronavírus em suas vias respiratórias. Por outro lado, camundongos que receberam duas injeções intramusculares ou duas vacinas intranasais continham o vírus.

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Agora, os pesquisadores da Universidade de Hong Kong devem seguir a pesquisa adiante e iniciar os estudos clínicos. Inicialmente, devem testar o modelo em um grupo pequeno de voluntários, durante os estudos de Fase 1. Ainda não há previsão para o início dessa etapa.

Fonte: EBioMedicine Forbes