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Eletricidade cicatriza feridas 3x mais rápido

Por| Editado por Luciana Zaramela | 25 de Abril de 2023 às 18h15

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Wavebreakmedia/Envato
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Quando pensamos em eletricidade, a primeira associação é com a luz elétrica. Mas esquecemos que, dentro do nosso corpo mesmo, algumas células e tecidos produzem correntes elétricas. Buscando intensificar o processo biológico, cientistas desenvolveram uma técnica na qual é possível curar ferimentos até três vezes mais rápido que o normal.

Por trás do mecanismo em fase de testes, está o conceito de que campos elétricos guiam o movimento das células da pele, o que é primordial no processo de cicatrização. A questão é que, até agora, pesquisadores não chegaram ao consenso de quanto de energia era preciso aplicar, criando um possível protocolo médico.

Publicado na revista científica Lab on a Chip, o estudo sobre o poder de cicatrização estimulado pela eletricidade ajuda a desmistificar esta habilidade pouco compreendida do corpo. Os experimentos in vitro (dentro do laboratório) são desenvolvidos por pesquisadores Chalmers University of Technology, na Suécia, e da Universidade de Freiburg, na Alemanha.

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Feridas crônicas que não cicatrizam

Quando for avaliada como segura e eficaz, a ferramenta que usa eletricidade para acelerar a cicatrização poderá ser usada em diferentes cenários, incluindo na melhora de um corte no joelho que surgiu em uma partida de futebol ou em qualquer outro tipo de lesão.

Por enquanto, o foco são as pessoas com diabetes, que tendem a desenvolver feridas crônicas. Se não tratados, os machucados que não cicatrizam podem levar a amputação de um membro, como pés ou pernas. Para dimensionar o problema, no Brasil, a cada hora, três brasileiros têm as pernas ou os pés amputados, e o pé diabético é a principal causa do procedimento.

"As feridas crônicas são um enorme problema social sobre o qual ouvimos falar muito pouco", afirma Maria Asplund, uma das autoras do estudo, em comunicado. "Nossa descoberta de um método que pode curar feridas até três vezes mais rápido pode ser um divisor de águas para diabéticos e idosos, entre outros, que muitas vezes sofrem com feridas que não cicatrizam", acrescenta.

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Como usar a eletricidade para cicatrizar machucados?

Através da eletricidade, o objetivo é direcionar a movimentação das células da pele responsáveis pelo processo de cicatrização para o local da ferida. Mais especificamente, o foco é entender o comportamento e aprender a manipular as células chamadas queratinócitos sob este tipo de influência.

Para testar a hipótese, os pesquisadores desenvolveram um biochip contendo um tipo de pele artificial com um machucado. O tecido foi desenvolvido a partir de queratinócitos semelhantes aos de pacientes com diabetes e, consequentemente, com taxa mais lenta de cicatrização. O uso da eletricidade acelerou o processo em até três vezes, quando comparado ao grupo controle (sem a ajuda extra).

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Agora, a ideia é testar o mecanismo em circunstâncias mais complexas, incluindo modelos animais, como feridas em roedores. Se os resultados continuarem a ser tão promissores, no futuro, a técnica poderá ser avaliada em humanos.

Fonte: Lab on a Chip e Chalmers University of Technology