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Distanciamento de dois metros não é suficiente para barrar contágio da covid-19

Por| Editado por Luciana Zaramela | 24 de Novembro de 2021 às 11h20

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Wikipedia
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Em uma nova pesquisa publicada nesta terça-feira (23) na revista científica Physics of Fluids, cientistas mostram que o distanciamento de dois metros para prevenir o contágio pelo SARS-CoV-2 é uma medida arbitrária. Isso quer dizer que a transmissão aérea do vírus é muito variável e pode ultrapassar esse limite.

Pesquisadores da Universidade de Cambridge, Estados Unidos, usaram um método de modelagem feito por computador para quantificar como as gotículas (da tosse ou espirro) se espalham. A equipe concluiu que, sem máscara, uma pessoa com covid-19 pode infectar outra a uma distância de dois metros, mesmo ao ar livre.

Ainda assim, a potência da tosse também varia e, por isso, os investigadores apontam que a distância poderia ser qualquer uma num espaço entre um e três ou mais metros. Eles escreveram que “as pequenas gotas podem ficar suspensas no ar por um longo tempo e podem transportar os patógenos por distâncias significativamente longas, enquanto as gotas maiores seguem uma trajetória balística e tendem a se estabelecer rapidamente sob a influência da gravidade.”

Para Shrey Trivedi, do departamento de Engenharia de Cambridge, parte da forma como esta doença se propaga é a virologia — quantidade de vírus que temos no nosso corpo, de partículas virais que expelimos quando falamos ou tossimos e a outra parte é mecânica de fluidos.

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Transmissão do coronavírus

Epaminondas Mastorakos, professor do Departamento de Engenharia de Cambridge, que liderou a pesquisa, contou que ouvia muito, no começo da pandemia, sobre como a covid-19 é transmitida, e a maneira que ela estava se espalhando pelas maçanetas das portas, por exemplo. “Pensei comigo mesmo, se esse fosse o caso, o vírus deveria deixar uma pessoa infectada e pousar na superfície ou se dispersar no ar através de um fluido processos mecânicos”, aponta.

Por esse motivo, desde o início dos casos de SARS-CoV-2, as autoridades de saúde focaram na lavagem das mãos e limpeza de superfícies ainda nos primeiros dias — além do uso de máscaras. Contudo, agora, dois anos depois, está claro que o vírus se espalha por meio de transmissão aérea e as pessoas infectadas o transmitem por meio da tosse, da fala ou mesmo da respiração, quando expelem gotículas maiores que eventualmente se assentam, além dos aerossóis menores que podem flutuar no ar.

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Descobertas da pesquisa

Para entender como a transmissão do vírus pode ocorrer além dos dois metros, os cientistas fizeram uma série de simulações. Por exemplo, se uma pessoa tossiu e emitiu mil gotículas, eles calcularam quantas dessas atingiram outro indivíduo na mesma sala e de que tamanho seriam essas gotículas, em função do tempo e do espaço.

Como resultado, eles concluíram que não há uma quebra abrupta a partir dos dois metros. Dessa forma, se a pessoa que tossir não estiver usando máscara, as gotículas maiores caem em locais que estejam próximos. Em contrapartida, as menores espalham-se facilmente — dependendo da rapidez e distância, além da qualidade de ventilação do espaço, ultrapassando facilmente essa metragem pré-estabelecida.

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Os pesquisadores dizem que, ainda que a regra dos dois metros seja mais fácil de ser lembrada pelas pessoas, o distanciamento por si só não é uma medida totalmente eficaz. Isso destaca, segundo eles, a importância da vacinação, da ventilação dos espaços públicos e do uso de máscaras.

Fonte: Physics of Fluids, Phys